O caos tomou conta do meio político, econômico e social, com graves reflexos sobre a vida do cidadão.
A sensação que respinga é a de um barco sem timoneiro à mercê da tempestade. Se Dilma, como presidente, deixa a desejar e alimenta a tese de seu impeachment, quem mais agravou o desempenho do governo é um vesgo à frente do Ministério da Fazenda.
Contratado para pôr ordem nas contas do governo, ele as agravou, apertando os botões errados, desregulando e confundindo os motores da economia nacional.
Passará à história como um dos maiores desastres que já se abateram sobre o país. A “levyanização” do Brasil se comprova pelos índices em queda e ainda pelo descrédito internacional em que mergulhou o país. Mais que atraso na aprovação dos ajustes que ele propôs de costas para a produção e o emprego, é a nítida inconsistência deles.
O período de Levy está sendo comemorado apenas pelos bancos e por quem conspira contra o atual governo. Perdeu-se o rumo. O navio pega as ondas no costado, nos pontos de menor resistência, as velas se rasgaram. Levy não controla nada, cismou que o ajuste se daria arrecadando mais, “simplesmente” cobrando mais impostos num país sufocado pelo excesso de tributação e pelo arcaísmo fiscal que adota.
Levy desconhece que a arrecadação aumenta com o aumento das atividades econômicas, impulsionada pelos setores produtivos e primários, que empregam, recolhem impostos, investem e fazem a roda girar.
Tomaram-se de mira exatamente os mamilos da vaca, a fonte do leite, e deixaram-se à vontade os setores especulativos, os carrapatos. Pede sacrifícios a quem deveria dar fôlego, esquecendo-se de que a despesa pública nacional é contaminada de excessos, quantitativos e qualitativos. Paga-se muito por algo que não se reverte em benefícios para a população e em sustentabilidade. Burocracia e mordomias encontraram em Levy o sinal verde para passar e crescer.
Os resultados econômicos de 2015 comprovam que suas atitudes e seu discurso sem nexo jogaram no fundo do poço os setores produtivos, desestruturaram o que funcionava, mataram a confiança do mercado, trucidaram a esperança, colocaram em fuga os investimentos bons, atrofiaram ainda os setores industriais, sua receita fez rebaixar o Brasil ao fundo dos fundos.
A tentativa de impedimento que sofre Dilma, mais que às pedaladas, se deve à crise que o país enfrenta, à desesperança de que esse governo possa sinalizar uma luz no fim do túnel. A força de um governante está nos resultados, mais que nas palavras. Está na mesa farta, nos empregos, na segurança que cerca o cidadão.
A demora em tomar atitudes, a persistência nos erros, as interferências deletérias no setor energético, no petróleo e na eletricidade, a fraqueza das iniciativas sociais esgarçaram a presidente. Com um império em suas mãos, conseguiu gerar o descontentamento na ampla maioria do Congresso Nacional.
Como nunca, corre sérios riscos com a abertura de um processo de impeachment, que sabe-se como começa, mas não como acabará. O julgamento dela, mais que jurídico, será político e testará não só a resistência dela, mas a do povo, que sofre as consequências do desajuste econômico.
Dessa forma, a medida mais eficiente para evitar a perda do mandato deverão ser a defenestração de Joaquim Levy, a mudança de discurso e a nomeação, para o comando da Fazenda, de alguém como Henrique Meirelles. Nisso Dilma já está atrasada.
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