Cada vez mais os estudos apontam para esta assertiva: nossa mente “mente” para nós. Ou seja, reforçamos pensamentos e reações fisiológicas a partir de nossas experiências com as coisas, com o mundo, com as pessoas e consigo mesmo. Nossas crenças mobilizam nossa ação. Algumas dessas crenças podem nos travar durante uma vida toda; da mesma forma como outras crenças podem nos amplificar. O desafio é perceber esses pensamentos e atuar sobre eles.
No campo do esporte, a compreensão e o domínio desses pensamentos serão determinantes para se alcançarem os melhores resultados na prática. A teoria cognitivo-comportamental é uma das fortes linhas teóricas da psicologia que é aplicada ao esporte.
Construída de acordo com as pesquisas de Aaron Beck, psiquiatra norte-americano falecido neste ano de 2021, aos 100 anos, tem como ponto inicial, que o comportamento e a emoção de uma pessoa são determinados, em parte, pela forma como ela organiza seus pensamentos, e eles podem se apresentar de forma distorcida, com uma visão negativa de si mesma, uma visão negativa do presente e uma visão negativa do futuro, com impactos na ação.
Quando prestamos atenção no conteúdo da nossa reação cognitiva, somos estimulados a enxergar esse conteúdo como uma hipótese em vez de um fato. Ou seja, um pensamento possível, mas não necessariamente verdadeiro. Esta técnica aplicada ao esporte busca ajudar o atleta a: não concluir sem evidências reais; não se fixar em um detalhe desconsiderando o contexto global; não estabelecer regras gerais baseadas em fatos isolados; não maximizar ou minimizar uma situação desvalorizando-se; e não concluir baseado em sentimentos de recusa ou repulsão.
Somos chamados a resolver nossas questões por meio de uma modificação do pensamento e do comportamento disfuncional. O princípio fundamental é compreender que a forma de pensar a realidade influenciará a maneira de sentir e comportar.
Quanto mais conseguirmos compreender o afeto e o pensamento que marcam um comportamento, mais poderemos atuar no resultado final. Existem pessoas que pensam uma coisa, sentem outra e agem de forma completamente diferente. O equilíbrio está em pensar, sentir e agir.
*Otávio Grossi é filosofo, mestre em psicologia, psicopedagogo de autistas, mentor de empresários e escritor do livro “Conquistas Autênticas”, da editora Cândido. Além disso, é colunista do jornal O TEMPO e participante do programa Interess@, às segundas-feiras, na rádio Super 91,7 FM.
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