Mineiro radicado em São Paulo e com breve estada pelo Rio, o ator Paulo Azevedo, 34, está de volta à cidade natal neste fim de semana só de passagem, para o espetáculo “Hell”, no qual divide o palco com a atriz Bárbara Paz (confira roteiro na página 8). É neste vai e vem que se sente em casa um dos fundadores do grupo espanca!, jovem e consolidada companhia de teatro da cidade. De “vocação mambembe”, Paulo encontrou no palco, onde está desde os 17 anos, o lugar para colocar em prática esse desejo de ir e vir.
“Meu pai é representante comercial, então eu sempre o vi indo e vindo. Também tenho uma família muito grande, cheguei a ter 20 tios, gente espalhada no Brasil e no mundo. Sempre pensei em chegar a esses lugares porque tenho vínculo com alguém. E o teatro oferece essa grande possibilidade, de ir a lugares que você imaginava estar, de encontrar gente que você não conhece, de começar do zero o encontro com a plateia”, reflete.
Foi nos anos de espanca!, uma experiência “apaixonante e intensa” vivida ao lado de gente como Grace Passô e Gustavo Bones, a partir de 2004, que o gene mambembe começou a falar mais alto. “A gente começou a estabelecer um vínculo muito forte com São Paulo, onde eram feitas a maior parte das temporadas. A partir do espanca! comecei a ter necessidade de ultrapassar os limites da cidade, de certa forma, espelhado pelas grandes companhias de Minas, como o Galpão, o Grupo Corpo, e a Oficina Multimedia, que tornaram seu trabalho reconhecido para além das montanhas”.
Autodeclarado um curioso, Paulo diz já ter feito de tudo um pouco “para experimentar várias possibilidades artísticas”. Nem tudo foi dentro do teatro. Formou-se em técnico em edificação no Cefet, e usou o diploma para projetar o cenário de um de seus primeiros espetáculos. “Olha que chique!”, brinca. Formou-se em jornalismo e foi apresentador de TV, no “Agenda”, da Rede Minas. Atualmente, grava participação em uma nova série da HBO e dirige a peça “A Carne Exausta”, em cartaz em São Paulo. “Tenho uma relação com meu ofício de muita dedicação e carinho porque é nele que vivo a maior parte do tempo. Grande parte do que tenho e sou hoje vem do teatro”.
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