Como tem sido há um mês, a segunda-feira passada (20), dia da Consciência Negra, foi dia de ensaio para o sexteto formado pelos trios Amaranto e Mitre. É que a rotina do grupo está assim, cheia de encontros e ensaios, “de domingo a domingo”, como explicou Flávia Amaranto, quando interrompeu a passagem dos arranjos para falar com o Pampulha. Isso porque tiveram apenas um mês para consolidar o projeto “BenditoJAZZ”, que estreia em um dos mais imponentes espaços culturais de Belo Horizonte, a Sala Minas Gerais.
Embora fosse desejo comum, o ímpeto de desenvolver um projeto que unisse as famílias Amaranto e Mitre partiu de uma sugestão de Kiko Mitre. “Ele toca com a gente faz uns 17 anos”, lembra Flávia. “Então, naturalmente, já acontecia um intercâmbio, um convite para uma participação aqui e ali, ora com ele, ora com suas sobrinhas”.
Inicialmente, a ideia era que o sexteto gravasse um disco. “A sugestão ficou de molho e vieram os anos de crise, inclusive política, que interfere muito na vida dos artistas”, comenta. Foi a partir de então que decidiram desengavetar o projeto.
De sarau a show
“Começamos a escolher um repertório e ensaiar aos poucos, sem pressa, porque o show seria concebido a partir da experimentação”, explica Flávia, destacando a fluidez dos ensaios com suas irmãs, Lúcia e Marina, e a família de Mitre, com Kiko e suas sobrinhas, Natália e Luísa.
Pensando em um formato que mais se relacionava a saraus que propriamente shows, aconteceu o inesperado: a Associação dos Amigos do Colégio Logosófico de BH (AACL) convidou as meninas do Trio Amaranto para uma apresentação, deixando em aberto a escolha do projeto que levariam para o palco.
“Para nós, a oportunidade de fazer a estreia na Casa Minas Gerais é uma honra e também carrega muito contraste”, diz ela, entusiasmada. “Quando a AACL fez o convite, pensamos que nesse espaço tinha que ser algo novo e decidimos tocar o projeto, fazer acontecer!”. Em um mês, o grupo precisou selecionar, rearranjar e ensaiar um total de 14 canções.
O repertório jazzístico traz pérolas como “Night and Day”, “Let’s do It”, “Summertime” e “Someone to Watch Over Me”. “Nossa escolha foi por esse jazz mais tradicional, com cara de Broadway”, explica Flávia. Na apresentação, o sexteto se preocupa em entregar um espetáculo pronto, “com início, meio e fim”.
“A partir desse show, vamos lançar o projeto do sarau, que tem ar de pesquisa musical, passeando por vários estilos do jazz”, diz ela, completando que, depois de passar pela Sala Minas Gerais, as apresentações serão para grupos menores, com até 30 pessoas. “A proximidade com o público vai ser algo fundamental neste projeto”. “A estreia vai ser bem gostosa e pronta, mas queremos continuar navegando”, completa.
BenditoJAZZ
Amaranto convida Trio Mitre. Sala Minas Gerais (rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto). Neste sábado (25), às 21h30. R$ 20 (inteira).
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