DE OLHO NAS ELEIÇÕES

Novo facilita processo de filiação para ‘popularizar’ legenda nas eleições municipais

Com o estigma de ser um partido de “elite”, o Novo tem adotado estratégias para se popularizar

Por Mariana Cavalcanti
Publicado em 10 de maio de 2024 | 09:23
 
 
 
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Com o objetivo de crescer e marcar espaço na política nacional, o partido Novo está adotando uma série de medidas para popularizar o próprio nome, lutando contra o que acredita ser um “estigma elitista”. Segundo apurou a coluna Aparte, a expectativa do partido é lançar, em Minas Gerais, 150 chapas completas de vereadores, além de cerca de 40 candidatos a prefeito e 30 a vice-prefeito. O foco é tornar a legenda conhecida nas cidades pequenas do estado. 

O encontro anual do partido organizado no último sábado (4) teria sido pensado, exatamente, para dar o pontapé inicial neste movimento. Durante discursos, os principais líderes do Novo destacaram a necessidade de tornar a legenda mais acessível e aproximá-la dos filiados das cidades do interior. O governador Romeu Zema, inclusive, usou seu discurso para pedir aos filiados que fiquem mais ativos politicamente em suas comunidades. 

A principal medida adotada para tornar o Novo mais popular foi facilitar o processo de filiação. Até 2022, era preciso passar por diversas etapas para se tornar filiado, sendo necessário apresentar conhecimento profundo sobre alguns assuntos políticos, em especial o liberalismo, principal bandeira do Novo. Ao Aparte, membros do partido explicaram que, agora, qualquer pessoa que tenha ficha limpa e proximidade ideológica com a legenda pode se filiar.

Com isso, os diretórios nacional, estaduais e municipais estariam investindo em um processo de formação. Segundo fontes informaram ao Aparte, os novos filiados recebem aulas sobre os temas mais caros para o partido e são estimulados a melhorar o currículo, com cursos de extensão, graduação e pós-graduação. Para se aproximar dos filiados nas cidades pequenas, que são os que mais exigem formação, o partido tem organizado encontros e eventos por todo o estado.

De olho nas periferias. Outra estratégia adotada para popularizar a legenda é investir em filiados que moram nas periferias dos municípios. Em Belo Horizonte, por exemplo, a chapa de pré-candidatos à Câmara Municipal é composta por pessoas de todas as regionais da cidade. O principal objetivo do diretório municipal é conseguir eleger alguém, de fora da região Centro-Sul da capital. 

Para estimular que essas pessoas se candidatem, o partido está oferecendo pagar o custo jurídico de homologação das candidaturas: “Todo custo jurídico contábil do candidato, o partido está pagando. É um valor significativo, que sai por torno de R$ 2. 100 por candidato, e vamos tentar ajudar, também, na parte estrutural de santinho e campanha digital”, esclareceu o presidente estadual do partido, Christopher Laguna, em conversa com a coluna Aparte. 

O papel do Zema. O governador Romeu Zema, que já havia declarado querer “distância” das eleições municipais, teria um papel fundamental no processo de popularização da sigla. A ideia do partido é organizar encontros dos filiados com o governador em 20 cidades-chave do estado. 

Apesar de Zema ter afirmado em um café da manhã com jornalistas, no fim de abril, que não queria se envolver com as campanhas eleitorais de prefeitos e vereadores, o partido Novo garante que o governador se comprometeu a participar de alguns eventos. 

“Tem 20 cidades que são as cidades que a gente chama de zonas de influência, as maiores, e é onde a gente quer a presença do governador. Ele vai estar 100% conosco. Como é muito município, ele dará um apoio formal aos candidatos, principalmente com santinho. Mas, nessas 20 cidades, a ideia é um abraço à campanha para valer”, destacou Christopher Laguna. 

A O TEMPO, Zema disse que pretende participar apenas das campanhas do partido. A exceção seria nas cidades onde, segundo o governador, “a esquerda é a grande inimiga”, e que por isso seria preciso uma aliança com outras legendas. 

A investida de Luísa Barreto. Pré-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte, a secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, também começou a investir em um processo de popularização. A própria equipe de assessoria da secretária divulgou que ela vai comparecer a uma série de almoços em locais públicos acompanhada de líderes do partido, como o próprio governador Zema e vice-governador Mateus Simões, para se aproximar do público belo-horizontino. 

O partido também tem trabalhado na imagem de Luísa, permitindo que ela seja o “rosto” da legenda em alguns eventos, e se esforçando para que ela esteja ao lado do governador em momentos estratégicos.

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