Desconforto

Presidente Lula reclama de esvaziamento de ato de 1º de Maio em São Paulo

Para o petista, faltou mobilização do governo para encher Arena do Corinthians no Dia do Trabalhador

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 01 de maio de 2024 | 17:40
 
 
 
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) queixou-se do esvaziamento do ato em comemoração do Dia do Trabalhador, que ocorreu nesta quarta-feira (1º) no estacionamento da Neo Química Arena (Arena do Corinthians), em São Paulo. A mobilização foi organizada pelas centrais sindicais, mas o petista reclamou da “falta de convocação” com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo. 
 
“Vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato, e eu disse pra ele: ‘Márcio, o ato tá mal convocado. O ato tá mal convocado’. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar’”, disse ao público. O petista estava acompanhado pelo pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), e por 11 ministros.

“Mas, de qualquer forma, eu tô acostumado a falar com 1.000, com um milhão, mas também se for necessário eu falar apenas com a senhora maravilhosa que tá ali na minha frente pra conversar", declarou. Ao lado de Lula no “1º de Maio Unificado”, o ministro Márcio Macêdo ficou visivelmente desconfortável. 

Críticas a ministros

Nas últimas semanas, o presidente tem feito críticas públicas a membros do corpo ministerial. A última delas foi por uma falta de articulação com o Congresso Nacional, em especial com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Na época, Lula mandou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, 'parar de ler livro' e mandou o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), falar com o Parlamento. 
 
Mas, nesta quarta-feira, ele fez um afago aos ministros: “Eu quero fazer um reconhecimento. Fizemos alianças políticas para governar e, até hoje, preste atenção, até hoje todos os projetos que mandamos para o Congresso foram aprovados de acordo com os interesses do que o governo queria. E isso por competência dos ministros, por competência dos deputados que aprenderam a conversar ao invés de se odiarem”.

Além de Macêdo e do vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, estiveram presentes os seguintes auxiliares do primeiro escalão: André Fufuca (Esporte); Anielle Franco (Igualdade Racial); Alexandre Padilha (Relações Institucionais); Cida Gonçalves (Mulheres); Paulo Pimenta (Secom); Silvio Almeida (Direitos Humanos); Luiz Marinho (Trabalho e Emprego); e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).

Desoneração da folha de pagamento

Ao acenar aos ministros, Lula também reforçou durante a sua fala o enfrentamento do governo federal ao Congresso Nacional. O Palácio do Planalto tenta barrar no Supremo Tribunal Federal (STF) a lei que prorroga até 2027 a isenção de impostos da folha de pagamento de 17 setores da economia e de prefeituras. 

O intuito é contornar por meio da Justiça duas decisões do Parlamento que foram favoráveis à continuação do benefício tributário - aprovação do texto relativo à desoneração em outubro do ano passado e a derrubada do veto do presidente ao texto em dezembro. Uma Medida Provisória (MP) relativa ao tema também foi devolvida. 

O petista disse nesta quarta-feira que no Brasil não haverá desoneração na folha de pagamento de grandes empresas para "favorecer os mais ricos" sem garantias de uma contrapartida para geração de novos empregos no país. 

“A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o trabalhador ganha, mas fazer desoneração, sem que eles sequer se comprometam a gerar emprego, sem que eles sequer se comprometam dar garantia daqueles que estão trabalhando. Eu quero dizer: no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e sim para favorecer aqueles que trabalham e que vivem de salário”, declarou.

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