Uma das principais reclamações de travestis que passaram pelo sistema prisional nos últimos anos é a necessidade de cortar o cabelo. A reportagem percorreu ruas da capital para conversar com travestis, e, embora as entrevistadas não tenham relatado agressões, elas falaram sobre atritos com agentes penitenciários.
Uma delas contou que deixou a prisão há 15 dias, depois de um ano e oito meses presa em Ipatinga, no Vale do Aço, condenada por latrocínio. “Nunca sofri nenhuma agressão lá dentro. Os presos da ala masculina até gostam de travestis, porque somos mais asseadas, limpamos as celas”, conta. Outra travesti entrevistada esteve presa por três anos e quatro meses em uma unidade masculina de Bicas. Ela também nega ter sido violentada e conta ter tido namorados no presídio.
Apesar disso, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Carlos Magno Fonseca, afirma que as denúncias relacionadas ao tratamento da comunidade LGBT nos presídios são antigas e recorrentes. “A violência pode ter diminuído, mas ainda está muito longe do ideal”.