Advogado do tesoureiro da campanha de Eduardo Azeredo em 1994, Cláudio Mourão, o criminalista Antônio Velloso Neto afirma não ser possível que um tesoureiro tenha controle sobre toda origem de recursos de uma campanha eleitoral.
Segundo ele, no caso de seu cliente, Mourão “apenas distribuía, pagava fornecedores”, mas não captava recursos. Velloso ressaltou que, na década de 1990, a contabilidade de campanhas era menos organizada.
Sobre o tesoureiro do PT preso, João Vaccari Neto, Velloso avalia que a função desempenhada pelo petista era “bastante ampla”. “Eu não tenho acesso ao processo de investigação, mas, pelo o que li sobre o assunto, Vaccari era muito mais que um tesoureiro. Ele desempenhava funções de arrecadação de recursos que, ao meu ver, não competem a um tesoureiro”.
Já o advogado do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o criminalista Arnaldo Malheiros, negou que seu cliente tenha sido o responsável pelas contas da campanha de Lula e não quis comentar a frequência de denúncias envolvendo tesoureiros de partidos.
Délio Lins e Silva Júnior, advogado de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PR condenado por envolvimento no mensalão, sustentou na defesa de seu cliente que ele não tinha conhecimento da origem dos saques realizados, que alcançaram mais de R$ 1 milhão. (DM/FC)