“O Atlético é azarado”. Essa máxima ficou para trás lá em 2013, quando Victor, com o pé esquerdo, a isolou para longe. Desde então, o Galo mesclou competência e sorte para conquistar títulos importantes, como a Libertadores e também a Copa do Brasil.
Óbvio que, nesses dois casos, o Galo teve muito mais competência ao seu lado, mas, anteriormente, a técnica e a qualidade estavam lá, mas sempre havia uma pedra no caminho que desmoronava tudo. Wright, Aragão, chuva em São Caetano, entre outras questões que lembram o azar alvinegro.
No entanto, em 2018, apesar de Luiz Flávio de Oliveira, na final do Campeonato Mineiro, o Galo tem colecionado momentos de sorte, principalmente na Copa do Brasil. Algo que poucas vezes consegui acompanhar do lado alvinegro.
Depois de passar um aperto descomunal contra o Figueirense, classificando-se nos pênaltis, pensei: “Este time só consegue passar pelo Ferroviário”. Sorteio chega, e o time cearense entrou no caminho do Galo.
Quarta-feira, após um primeiro tempo de terror, digno dos 45 minutos mais feios que já vi na história do Atlético, imaginei: “Dentre os adversários, o mais fraco seria a Chapecoense”. E a dança das bolinhas trouxe justamente o Índio Condá para o lado do Galo.
Para quem acredita em recados do além, isso é grito de esperança. Para quem é mais cético, é mais uma oportunidade para que a diretoria veja que falte talvez dois grandes jogadores neste time titular do Galo para fazer com que possa sonhar com um título como o da Copa do Brasil.
Aqui vai a minha dica: traga um camisa 10 de qualidade e mais um zagueiro de confiança e verá que o dinheiro não será um gasto, mas um investimento em um ano que parecia fadado ao fracasso.
Cazares e Otero não são 100% confiáveis como líderes na articulação de jogadas. O primeiro tem muita qualidade, mas não se firma. Faz jogos que nos dão certeza de que o equatoriano é fora de série, mas, em seguida, mostra que ainda não está pronto.
A defesa também precisa de mais segurança. Léo Silva não consegue jogar toda a temporada, e o time sente muito a ausência de sua liderança em campo. É preciso trazer alguém que possa jogar ao lado dele e também cumprir seu papel de líder.
Como pode-se ver, o tom desta coluna é menos apocalíptico do que o de outras. Principalmente porque, depois da primeira rodada do Campeonato Brasileiro e também após o fim de mais uma fase da Copa do Brasil, vemos que, no futebol brasileiro, a chegada de dois bons jogadores pode, realmente, mudar a história de um clube dentro de uma competição.
Os próprios resultados dos brasileiros na Libertadores mostram que o poder financeiro de alguns não sobrepõe à organização técnica nem à qualidade de grandes promessas do futebol sul-americano.
Portanto, Sette Câmara e Gallo, vocês podem alcançar algo melhor gastando menos e fazendo as apostas certas.
Se ainda há espaço, para contratação de líderes para o meio campo e para a defesa, a hora é agora. O universo parece conspirar a seu favor.