Projetar e construir carros que consumam a menor quantidade de energia possível. Esse é o desafio que centenas de universitários estão enfrentando, no Rio de Janeiro, na 8ª edição da Shell Eco-marathon Brasil. Reunindo equipes brasileiras e também de Colômbia, Peru e México, a competição, que segue até o dia 28 de agosto, no Piér Mauá, serve como um 'termômetro' das pesquisas atuais nas áreas automotivas e de energia e, ao mesmo tempo, permite que os alunos experimentem e aprendam com as últimas tecnologias.
A competição, que teve sua primeira edição mundial em 1985, conta no Brasil com três categorias principais: combustão interna (gasolina e etanol), elétrica a bateria e célula de combustível de hidrogênio.
Há também divisões em duas classes: os chamados protótipos, onde os alunos têm liberdade para desenvolver modelos mais 'conceituais', com foco total na aerodinâmica (e espaço apenas para o piloto), e os 'carros conceito', que precisam ter características semelhantes aos dos veículos convencionais (volante, quatro rodas, limpador de para brisas, retrovisor, etc).
No primeiro dia oficial da prova, nesta terça (26), os estudantes vivem os momentos mais tensos, com a inspeção de mais de uma centena de itens pelos organizadores da prova (em especial no que também diz respeito a segurança). Somente depois de aprovados neste check-list é que eles podem ir para a pista.
As equipes aprovadas na inspeção competem em um circuito de 10 km, buscando a maior quilometragem por litro de combustível, quilowatt-hora de eletricidade ou quilograma de hidrogênio.
“O que conta é a eficiência: percorrer a maior distância com a menor quantidade de energia. A competição utiliza um sistema de comparação padronizado, convertendo o consumo de combustível em quilômetros por litro equivalente à gasolina", explica o alemão Norman Koch, diretor global da Shell Eco-marathon
Norman Koch ressalta que os alunos têm explorado inovações que incluem impressão 3D para componentes e até mesmo o uso de materiais biodegradáveis como bambu e cânhamo na construção de veículos, além de tecnologias de baixo atrito em componentes como rolamentos.
A partir desta quarta (27/8) todos os carros que tiverem sido aprovados na inspeção irão para a competição de pista, de fato, no turno da tarde.
E a expectativa é por resultados ainda mais surpreendentes do que da última edição do evento, quando, por exemplo, a equipe Drop Team, do IFRS Erechim, chegou a quase inacreditáveis 611 quilômetros por litros (km/l) com seu protótipo na categoria combustão interna.
Independentemente de quais equipes terminarem nos primeiros lugares em cada uma das categorias, uma coisa é certa: a competição estará cumprido seu principal objetivo. “É isso que a Shell Eco-marathon promove. Uma combinação de inovação, disciplina e criatividade que deixará estes estudantes preparados para auxiliar na mobilidade do futuro", sintetiza Norman Koch.
*O jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite da Shell