Moto

Antes tarde do que nunca

Apresentada no Eicma, em 2016, na Itália, nova KTM 390 Duke, enfim, está à venda no Brasil; rival da Yamaha MT-03 custa R$ 23.990


Publicado em 23 de maio de 2018 | 03:00
 
 
 
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O mercado brasileiro tem visto uma aproximação cada vez maior na data de lançamentos apresentados no exterior por aqui. Exceto por alguns modelos que, estrategicamente, não são tão interessantes para as apostas na nacionalização ou na importação aqui, as novidades normalmente não demoram mais que alguns meses para serem vistas nas lojas daqui. Com a nova KTM 390 Duke, porém, a história foi diferente. A moto surgiu pela primeira vez no Salão de Milão, o Eicma, em 2016. Apareceu no Brasil só um ano depois, no Salão Duas Rodas de São Paulo, no ano passado, e só agora, em meados de maio, a naked é oferecida nas concessionárias que comercializam motocicletas da marca austríaca. A espera, porém, foi compensada pelas melhorias realizadas. Afinal, para atender às rigorosas normas antipoluição na Europa, o modelo ganhou mais potência e torque.

O motor é um monocilíndrico com duplo comando no cabeçote de 373,2 cm³ e capaz de entregar 44 cv em 9.000 giros e torque de até 3,77 kgfm em 7.000 rpm. Entre as alterações promovidas está o alongamento do escapamento – que chega a cobrir parte da roda traseira. O peso, de 149 kg a seco, é possível graças ao quadro de treliça em alumínio. As rodas também são de liga leve, de 17 polegadas, e assim como o quadro, ganham detalhes em laranja. Elas recebem pneus de perfil esportivo Metzeler M5.

Conectividade

Um ponto de destaque da nova 390 Duke e que pode ser um chamariz para o público mais antenado em conectividade é o KTM My Ride, um sistema que espelha smartphones no painel de instrumentos – este também mudou e agora tem aspecto similar ao de um tablet. Opcionalmente, esse sistema recebe comandos extras no punho esquerdo para atender chamadas e operar a parte de áudio – o som vem de pequenos alto-falantes instalados no capacete.

Quanto à suspensão, é regulável na frente e na traseira. Na dianteira, tem garfo invertido de 43 mm de diâmetro e 142 mm de curso, com assinatura WP. Atrás, há monoamortecedor com 150 mm de curso. Os freios foram desenvolvidos em parceria com a Brembo, com disco de 320 mm na frente, ou seja, 20 mm a mais que antes, e pinça de fixação radial. A traseira recebe disco simples de 230 mm de diâmetro e ABS é de série, com sistema de dois canais que pode ser desabilitado. 

No visual, a 390 Duke lembra um pouco a 1290 Super Duke. Isso em função dos novos faróis de LEDs verticais e da instrumentação com display digital inteligente. Outro ponto que melhorou foi a capacidade do tanque de combustível. Agora, há espaço para 2,4 L a mais, totalizando 13,4 L.

 

Uma naked acima da média

Na reta em subida, a esportiva naked da marca austríaca ganha velocidade com grande facilidade. Nas curvas, mostra grande agilidade nas mudanças de direção e a posição de pilotagem, com o corpo projetado para frente, melhora ainda mais o controle. Nas frenagens, exibe grande equilíbrio. Tudo isso embalado por um ronco de motor rouco e agradável. 

É claro que, pelo fato de ser monocilíndrica, há um nível de vibração alto, que em um percurso mais longo, de viagem, vai certamente fazer o cansaço chegar mais cedo para o piloto. A grande disposição da 390 Duke tem razões utiliza o mesmo chassi da 200 Duke. Isso significa que ela tem tamanho e peso de uma moto de um segmento bem inferior. O tamanho reduzido, no entanto, torna desaconselhável a presença de um carona em trajetos mais demorados, até porque o assento se resume a uma fina espuma apoiada no para-lama traseiro. 

Mesmo em ambiente urbano, algumas de suas características podem ajudar. A altura do assento, de apenas 80 cm, permite um bom apoio nas paradas e nas manobras. Ela também é “magrinha”, o que facilita ébastante driblar os carros em engarrafamentos. Por outro lado, a naked da KTM tem uma certa brutalidade que, fora das pistas, pode torná-la um pouco menos divertida. Caso do próprio assento, que é rígido demais, e do acelerador, que tem um trato pouco suave. (Eduardo Rocha/Auto Press)

Ficha técnica

Potência máxima. 44 cv a 9.500 rpm.

Torque máximo. 3,57 kgf.m a 7.250 rpm.

Câmbio. Seis marchas, transmissão por corrente.

Suspensão. Garfo invertido WP (dianteira) e mmonoamortecedor WP (atrás).

Peso a seco. 139 kg

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