Avaliação

Esportividade maiúscula que impressiona

TT RS traz altos níveis de potência e controle para reafirmar a capacidade tecnológica da Audi; motor 2.5 turbo rende até 400 cv


Publicado em 12 de setembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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As marcas de luxo têm de ir aonde o povo endinheirado está. Por isso, elas costumam disputar todos os nichos e subnichos do mercado de diferentes tamanhos: sedãs, SUVs, stations, esportivos, crossovers e o que mais aparecer. A ideia é oferecer uma versão requintada e tecnológica para todos os segmentos. E os preços, bem acima dos praticados pelas marcas generalistas, tendem a compensar uma eventual falta de expressão comercial do nicho em questão. Toda esta explicação serve para justificar a presença do Audi TT RS no mercado brasileiro. A versão mais potente do pequeno esportivo alemão chegou ao Brasil no início deste ano e não mudou a vida da marca – a linha TT inteira emplaca, em média, menos de uma dúzia de unidades por mês. Vender nunca foi a missão do modelo. O TT RS tem a função de forjar uma imagem de tecnologia, esportividade e sofisticação. Ou seja: é para impressionar. E isso ele faz muito bem.

Potência

Por baixo da carroceria reluzente há forte parentesco com o Golf atual, pelo uso da plataforma MQB. Já sob o capô, está o motor EA885 Evo 2.5 TFSI, que rende 400 cv de potência máxima entre 5.850 e 7.000 rpm e 49 kgfm de torque já aos 1.750 giros. Nada mau para movimentar um carro com pouco mais de 1.400 kg – a relação peso/potência é de 3,6 kg/cv. Daí ele fazer de zero a 100 km/h em 3,7 segundos e acelerar até chegar a 250 km/h – neste ponto, um limitador eletrônico entra em ação. Para impedir que o TT RS simplesmente decole da pista, ele conta com o sistema Quattro, com tração integral on demand, e diversos apetrechos aerodinâmicos que vão além do simples enfeite.

A atual geração ganhou 40 cv em relação à anterior, apesar de contar com o mesmo motor. A Audi fez uma verdadeira reengenharia no motor transversal 2.5 de cinco cilindros TFSI. O bloco passou a ser totalmente em alumínio, materiais mais leves foram utilizados nas partes internas e novos mecanismos aumentaram o controle sobre o tempo de abertura das válvulas. Com tudo isso, ganhou potência e perdeu 26 kg. O câmbio é o mesmo S-tronic sequencial automatizado de dupla embreagem e sete velocidades.

 

Para deixar verde de inveja

Quando um Audi TT RS anda pelas ruas, a impressão é que se trata de um veículo de outro planeta. Ainda mais na exibidíssima cor verde, como a do modelo testado. De fato, o RS, sigla para Renn Sport, ou “Esportivo para corrida” em alemão, fica muito mais no universo das pistas. Ainda assim, o poderoso motor do TT RS se adapta bem à vida urbana. A versatilidade do propulsor 2.5 turbo de 400 cv faz com que o cupê ande bem tanto em baixos quanto em altos giros. Obviamente, em altas rotações é mais divertido.

Os 49 kgfm de torque, presentes já aos 1.750 rpm, empurram o cupê com muita decisão, com uma aceleração capaz de grudar as costas dos ocupantes no encosto do banco. Segundo a Audi, o 0 a 100 km/h é feito em 3,7 segundos. Em giros mais altos, o ganho de velocidade lembra o de uma motocicleta, graças à relação peso/potência de 3,6 kg/cv. O conta-giros acende uma luz amarela, depois laranja e depois vermelha para avisar a chegada do limite de rotação. Só que isso acontece muito rápido.

Tudo que o TT RS exige é um asfalto liso. Nas irregularidades ele sofre e faz sofrer quem está dentro. Sem falar no risco de morder os pneus ao encarar buracos com um conjunto com medidas 245/35 R19. Ou seja, um perfil com pouco mais de 8 cm de espessura. Em território favorável, o TT RS oferece todas as condições para se explorar uma combinação de força e aderência em alto nível, ampliada pelo sistema de tração integral Quattro.

 

Tecnologia de ponta e luxo justificam o preço

Desde o lançamento, a Audi mantém o preço do TT RS em R$ 424.990, sem opcionais. O valor se justifica pelos altos níveis de exclusividade, tecnologia e requinte do modelo. O revestimento interno é em couro ou alcântara. Diversos apliques em fibra de carbono aparecem nos puxadores das portas e no console central. A forração do banco em couro negro tem costura branca. O volante multifuncional de base reta traz detalhes em alumínio. O painel traz o mesmo virtual cockpit, mas com informações destinadas a um modelo com comportamento mais esportivo, como distribuição do torque em cada momento, percentual de potência utilizado e um medidor de aceleração lateral, que memoriza a força de G a que o modelo resistiu nas curvas.

Ficha técnica

Motor. 2.5 16V turbo, a gasolina, cinco cilindros em linha, sistema de injeção direta e multiponto

Potência máxima. 400 cv entre 5.850 e 7.000 rpm

Torque máximo. 49 kgfm entre 1.700 e 5.850 rpm

Pneus/rodas. 245/35 aro 19

Veloc. máxima. 250 km/h

 

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