Avaliação

Picape com condução agradável

Nissan Frontier evolui bastante em dirigibilidade; propulsor 2.3 a diesel, sobrealimentado por dois turbocompressores, desenvolve 190 cv de potência


Publicado em 23 de maio de 2017 | 22:25
 
 
 
normal

A diversidade de picapes médias disponíveis no mercado brasileiro não se reflete nos números de vendas: apenas dois modelos, Chevrolet S10 e Toyota Hilux, detêm, juntos, cerca de 50% dos emplacamentos. Em termos de participação, a Frontier tem desempenho discreto, figurando entre as menos comercializadas do segmento. Todavia, a caminhonete da Nissan mostra qualidades em sua nova geração, lançada há dois meses no Brasil.

Totalmente reprojetada, a picape adotou um novo conjunto mecânico, formado por câmbio automático de sete marchas, com trocas sequenciais por meio de toques na alavanca, e motor 2.3 a diesel. Apesar de ter uma capacidade cúbica pequena dentro da categoria, esse propulsor entrega números de potência e torque na média da concorrência: são 190 cv a 3.750 rpm e 45,9 kgfm entre 1.500 rpm e 2.500 rpm. Isso é possível graças a tecnologias como injeção direta de combustível e, principalmente, sobrealimentação com dois turbocompressores.

Na suspensão, o diferencial da Frontier está nas molas helicoidais posicionadas no eixo rígido traseiro. É a primeira vez no Brasil que uma caminhonete média utiliza esse tipo de elemento elástico, que é próprio de carros de passeio; todas as demais picapes médias são equipadas com molas parabólicas, que, em tese, são mais resistentes ao peso, porém prejudicam a dirigibilidade. Se a solução adotada pela Nissan irá mesmo “aguentar o tranco”, só o tempo irá confirmar. O fato é que a capacidade de carga informada pelo fabricante, de 1.050 kg, não fica atrás da das concorrentes.

Comportamento
A solução incomum da suspensão traseira traz reflexos no rodar da Frontier, que é suave para uma picape de seu porte. Ondulações e falhas na pavimentação, que costumam causar muito desconforto aos ocupantes de caminhonetes, não chegam a ser um martírio. Só não espere dela o mesmo conforto de um hatch ou um sedã: apesar da evolução nesse sentido, picapes ainda têm proposta cargueira.

A estabilidade segue a mesma lógica: é boa para uma caminhonete média, mas não é possível esperar que um veículo de 1.985 kg de peso e 1,85 m de altura contorne curvas com grande desenvoltura. Já os freios, com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, mostram resultados corretos, mas não chegam a se destacar. Por sua vez, a direção tem assistência hidráulica, menos avançada que a elétrica presente em algumas concorrentes, mas consegue entregar razoável leveza em manobras e firmeza em alta velocidade.

O desempenho é bom: a Frontier, apesar do porte e do peso elevados, é ágil na cidade e não tem dificuldade para fazer ultrapassagens ou encarar subidas de serra na estrada. Não se sente o efeito conhecido como “turbolag”, e o motor responde bem em todas as faixas de rotação. O consumo também foi satisfatório: durante a avaliação, o Super Motor obteve médias de 9,3 km/L na cidade e 12 km/L na estrada.

Fora do asfalto
A reportagem também submeteu a Frontier a alguns percursos off-road, com nível moderado de dificuldade. Equipada com tração 4x4, reduzida e bloqueio do diferencial traseiro, a caminhonete não teve qualquer dificuldade para enfrentar os desafios. Os ângulos de ataque e saída de 27,2º e 31,6º, respectivamente, e o vão livre do solo de 29,2 cm também se mostraram adequados às aventuras na terra.

 

Por enquanto, versão top de linha é a única disponível 

A versão top de linha LE é, por enquanto, a única disponível para a nova geração da Frontier, por R$ 166,7 mil. Ela vem de série com ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, chave presencial com partida por botão, sensor crepuscular, revestimento interno em couro, bancos dianteiros com aquecimento e do motorista com regulagem elétrica, cruise-control, controlador de velocidade em descidas, assistente de partida em rampa, retrovisores externos com ajustes e rebatimento elétrico, travas e vidros elétricos, volante multifuncional, faróis de neblina, alarme, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré e central multimídia com tela de toque de 6,2 polegadas, com leitor mp3, leitores de CDs e DVDs, entradas USB e para SD Card, conexão à internet e navegador GPS.
Entre os itens de segurança, há controles de tração e estabilidade e freios ABS. Porém, os airbags se limitam aos frontais. Pelo preço da picape, deveriam existir, no mínimo, mais duas bolsas laterais. (AC)
 
FOTO: Alexandre Carneiro
asasasasas
Rodas de liga leve de 16 polegadas, calçadas com pneus 225/70 R16, vêm de série
 

Interior e caçamba na média da categoria

No interior, a nova geração da Frontier mostra menos evoluções que na parte mecânica. Na dianteira, os ocupantes vão muito bem, acomodados em bancos confortáveis, mas os passageiros de trás sofrem com um mal comum em picapes: o assento muito baixo, que leva a uma postura desconfortável, com os joelhos em posição bem mais alta que os quadris. Outra falha ali é a ausência de encosto de cabeça e cinto de três pontos centrais. Por outro lado, ninguém reclamará de calor, pois há difusores de ar dedicados ao local.
O motorista conta com um painel de fácil acesso aos comandos e com instrumentação completa, de leitura objetiva; as funções do computador de bordo são exibidas em uma tela TFT de cinco polegadas. Porém, o volante tem aro muito fino e não é regulável em profundidade, apenas em altura. O acabamento está na média do segmento, com plásticos sem acolchoamento, mas com bom padrão de montagem.
A caçamba da Frontier tem 1.054 litros de volume, valor coerente com o segmento do veículo. O compartimento de carga tem três soluções exclusivas: ganchos para amarração de volumes deslizantes sobre trilhos, tomada 12V com vedação e protetor à base de tinta emborrachada, em vez de plástico. (AC)
FOTO: Fotos: Alexandre Carneiro
dfdfdfdfd
Tração 4x4 e reduzida são acionadas por meio de um seletor

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!