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A despedida de Nicola Negro, do dono do Minas nos últimos 6 anos, foi frustrante e melancólica.
O italiano saiu de cena após a eliminação para Osasco abraçado com suas convicções, desesperado, rodando todas as ponteiras do elenco e com o time esperando soluções do técnico.
O que ele não sabe é que as convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras vendidas e criadas.
O Minas é culpado.
A diretoria deu poder demais ao treinador talvez envolvida e empolgada pelos três títulos da Superliga, Sul-Americano e Supercopas e Estaduais.
Mérito dele, claro, que ganhou status de intocável e das jogadoras na ocasião.
Quando o Minas enxergou que perdeu a mão era tarde.
O episódio envolvendo o veto ao retorno de Macris balançou a relação entre as partes.
Mas foi a posição contrária a saída de Jenna Gray que selou o destino dele, conforme o blog antecipou na época.
Nicola não entendeu que ninguém é maior que o Minas.
O técnico italiano achou que Plak no fim da temporada responderia como a turca Neriman.
Não.
O ex-dono do Minas apostou que Glayce, a menos culpada, resolveria como titular.
Também não.
Quem vive de passado é museu, quem vive de futuro é cartomante e quem vive de ilusões é mágico.
Acontece que a mágica é sempre ter mais de um coelho na cartola, o que não era o caso, longe disso.
O Minas de Nicola sempre foi 100% Kisy, que também não é mágica, embora seja uma oposta acima da média, e depois o resto.
Como abrir mão de Thaísa?
Nicola sempre priorizou suas indicações, principalmente as estrangeiras e claro, suas regras:
Número 1: use seu poder de decisão em todas as situações. Número 2: não haverá nenhuma outra regra.
O técnico centralizador geralmente impede a ajuda dos outros, não deixa ninguém falar e depois sugere que, sem sua participação, nada progride.
Esse foi o retrato do Minas na temporada.
Nicola, evidentemente, escreveu seu nome na história do clube, mas nada é para sempre.
Tudo tem começo, meio e fim.
O problema é que a gente não aceita a última parte, que não precisava ser a pior, mas foi a definitiva.