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Para mudar a realidade, mude a mentalidade.
E você tem que ser o espelho da mudança que está propondo.
Esse foi o grande mérito de Bernardinho e da comissão técnica na VNL.
Você pode discutir um ou outro nome, e ainda assim não encontrará unanimidade.
É a fase final em Ningbo, na China, que responderá.
Literalmente.
Mas hoje, diferente do passado recente, há critério baseado nos resultados alcançados.
Bernardinho usou a primeira fase da VNL para encontrar um time.
E encontrou.
Alan virou titular, Maique, com atraso de 4 anos foi finalmente efetivado, Judson confirmou expectativa, Bergmann aprovou e Fernando Cachopa, leve e sem pressão, decolou.
Não dá para cravar, ainda, que Honorato deixou de ser interrogação, mas o ponteiro pegou no tranco e Lucarelli, quem diria, ficou sem espaço.
Há uma inversão forte com Darlan.
O Brasil de Bernardinho leu a VNL de forma diferente dos rivais.
Esse foi o ponto.
Polônia, Itália, Japão e França, por exemplo, pouparam em determinadas partidas alguns titulares e não usaram força máxima.
Até a China, adversária nas quartas de final, andou colocando uma equipe alternativa, inclusive na derrota para o Brasil.
Bernardinho não.
A seriedade como o treinador encarou a VNL tem a ver com a maneira como Brasil terminou a fase de classificação e consequentemente a liderança alcançada.
A comissão técnica só tirou o pé quando a primeira colocação estava assegurada e rodou o time contra Turquia e Alemanha.
Bernardinho usou os jogadores certos nos partidas certas.
Há muito tempo não se via na seleção coerência e justiça nas tomadas de decisão.
Pois é.
O fracasso ensina.
Independentemente do resultado final, que não pode e não deve ser comparado ao Mundial, até porque inclusive Renan já venceu a VNL, é gratificante constatar a sensação de uma nova mentalidade na seleção masculina.
É aquilo: é impossível progredir sem mudança.