O vôlei com conhecimento e independência jornalística

Aonde não há transparência, não pode existir confiabilidade.

É impressionante a capacidade do Minas de se enrolar nas próprias pernas.

O caso Murilo Radke é mais um episódio negativo envolvendo clube, diretoria, técnico e jogador.

A falta de habilidade não é novidade.

Há dois anos, o Minas demonstrou publicamente a incapacidade administrativa no tema Maurício Souza. Entre idas e vindas, áudios vazados e pressão do patrocinador, o ex-jogador caiu.

A decisão dividiu a opinião pública e gerou discussões nas redes sociais.

Na temporada passada, o Minas traiu e detonou publicamente Nery Tambeiro antes do fim da Superliga, expondo e responsabilizando diretamente o técnico pelos resultados negativos.

Se um funcionário de quase uma década não foi respeitado, não seria diferente com Murilo Radke.   

A lógica da mentira é distorcer a verdade.

A transparência é como uma luz, ela revela qualquer tipo de sujeira caso exista. Mas onde não existe luz suficiente, não existe transparência.

O Minas mentiu ao justificar a ausência de Murilo contra o Suzano alegando questões técnicas.

O levantador, que exigia o fim do tratamento diferenciado, já estava afastado e com o destino selado.

Guilherme Novaes, pressionado, derrubou Murilo Radke, ganhou a queda de braço e exigiu a saída do atleta. 

A transparência não é um comportamento fácil de adotar.

A nota oficial do Minas fala em 'rescisão antecipada do contrato de trabalho, em comum acordo entre as partes'.

Outra inverdade.

O comum acordo foi em relação apenas a questão financeira, não técnica.

Guilherme não teve ética e a ética difere um bom profissional de um profissional. E geralmente, quem foge da ética é, fatalmente, atropelado pela moral.

Murilo Radke é mais uma vítima do sistema.

O curioso é que a contratação do levantador foi indicada e aprovada pelo técnico.

É bom que se diga que incoerência não é se revelar contrário ao que se pensava antes. Isso é evolução.

Nesse episódio, entretanto, a falsidade e a hipocrisia foram facilmente identificadas na discrepância entre as palavras e as atitudes do técnico.

Agora não tem volta.

Murilo foi e deixou o Minas, fritado e praticamente sem jogar, em quinto lugar.

Sem ele, baseado nas decisões do técnico e da diretoria, a tendência é ver o time voar, passar por cima de todos os advesários e acabar com o jejum de títulos.

A cobrança agora tem nome e sobrenome: Guilherme Novaes.

A conferir.