Vem de longe a vocação de Tereza Guimarães Paes para a filantropia: ajudar o próximo, os desfavorecidos. Psicóloga formada pela PUC Minas, com especialização em psicanálise pela Universidade de Paris VIII e MBA em Gestão de Saúde (IBMEC), Tereza, além de ocupar a presidência da Fundação Benjamim Guimarães, foi vice-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais.
Tereza, a filantropia está no sangue? Sim. Desde pequena, aprendi a ajudar o próximo, com minha avó, Filhinha Gama, e com meu bisavô, Benjamin Guimarães, um exemplo de benfeitor: humanismo, desprendimento e atuação social.
A Fundação Benjamim Guimarães mantém o Baleia, um hospital filantrópico para quem? Majoritariamente, os usuários do SUS, com muito orgulho. Atendemos a 88% dos municípios mineiros com 96% de índice de satisfação, pelos pacientes do SUS, de convênios e particulares. O hospital foi construído para tratar a tuberculose, o maior problema de saúde pública na época. Ao longo dos anos, o Baleia evoluiu e ampliou sua atuação para mais de 25 especialidades.
<MC>E mais recentemente?</MC> <CW-34>Temos o Mais Baleia, cirurgias eletivas para quem não pode pagar plano de saúde e não quer esperar o longo tempo do SUS. Pagamento em dez vezes.</CW>
<MC>Qual é a sua definição de filantropia? </MC>É ajudar alguém, sem olhar a quem. É zelar, cuidar de quem precisa.
<MC>O mineiro e o brasileiro são filantrópicos ou precisam de um empurrão?</MC><CW-13> As classes menos favorecidas são mais solidárias, talvez por saberem a importância de serem ajudadas na hora do aperto. Felizmente, as empresas hoje se dão conta do diferencial competitivo das ações de responsabilidade social. A Drogaria Araújo e o Epa Supermercados são belíssimos exemplos. A própria sociedade já está mais exigente e consciente.</CW>
<MC>O que falta para mais filantropia e voluntariado?</MC> A doação de recursos é sempre bem-vinda. Somos benquistos pela sociedade mineira. Infelizmente, no Brasil, temos uma cultura que deixa para o poder público toda responsabilidade de resolução dos problemas da sociedade. Uma visão cidadã mais madura toma para si essa tarefa.
<MC>Um dos grandes problemas da saúde no Brasil é dinheiro. Para isso servem os parceiros?</MC> Sim. Graças a grandes parceiros, o Baleia mantém serviços cruciais para a população do Estado, como a pediatria. Com o apoio da sociedade mineira, conseguimos caminhar.
<MC>Que prêmios o Baleia acumula?</MC> São q<CW-34>uase 50. Em 2019, fomos reconhecidos como uma das cem melhores ONGs do país para se doar. O prêmio foi dado pelo Instituto Doar, O Mundo Que Queremos e a Rede Filantropia.</CW>
<MC>E sobre o Instituto Doar?</MC> Uma instituição idônea, que premia a quem é transparente.
<MC>O que espera de 2020 pelos 75 anos do Baleia?</MC> Mais parcerias com o setor privado. Que o hospital amplie sua capacidade de atender os mineiros, salvando vidas. Este mês, inauguraremos uma ala totalmente doada pela SPL Engenharia e Direcional Engenharia.