POR AMOR

Histórias sobre voluntários anônimos no RS viralizam nas redes sociais

Relatos feitos pelo servidor público Adriano Schneider chegaram a ter um milhão de visualizações

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 09 de maio de 2024 | 17:19
 
 
 
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Nos portais de imprensa e nas redes sociais, não faltam notícias sobre os famosos que estão no Rio Grande do Sul atuando como voluntários no auxílio às vítimas das enchentes que atingiram boa parte do Estado. Mas e os anônimos? Algumas histórias de pessoas comuns que estão atuando na tragédia foram relatadas pelo servidor público Adriano Schneider, 39, e ganharam repercussão entre os internautas. 

Algumas das postagens feitas por ele no X (ex-Twitter) chegaram a 1 milhão de visualizações e mil retuitadas. Entre as histórias contadas, estava a de um senhor que, ao ser salvo, disse que não iria embora sem a Tita - que depois o grupo de resgate foi descobrir ser uma galinha. O homem foi salvo, com a ave amada e seu cachorro, por um grupo onde estava um rapaz que havia perdido sua própria casa. 

Outro tuíte contou a história de uma família que chegou ao abrigo sem nada, pedindo leite para as crianças. Os voluntários se movimentaram para reunir roupas e outros itens. O destaque ficou para o relato sobre o menino que recebeu um brinquedo. "Os olhos dele irradiaram a gente, ele sorriu, pegou o boneco na mão. Agradeceu me abraçando e eu fiz a maior força da vida pra não chorar", escreveu o voluntário em sua conta do X. 

Há ainda o relato de um rapaz que foi a Canoas para atuar no salvamento e perdeu seu celular na enchente. Ele teve de pedir emprestado um telefone para conseguir dar notícias aos pais. “Desceu, do conforto, do quentinho, do privilégio e veio ajudar, cara. No anonimato. Sem alarde, sem nada. E essa é a história de MUITAS, de MILHARES DE PESSOAS. Não postam stories, não fazem textos tipo esse, não querem reconhecimento: querem salvar pessoas”, publicou Schneider, que está atuando na região central de Porto Alegre.

O servidor público explica que está trabalhando como voluntário desde o início da enchente, na semana passada. Ele tem atuado no trato com os desabrigados, logística, recolhimento e destinação de doações. Também tem conversado com empresários e pessoas que podem ajudar, além de usar as redes sociais para fomentar a mobilização. 

Segundo ele, o cansaço físico acaba aparecendo somente no final dos dias para os voluntários. “As pessoas que estão sofrendo sem casa, sem família, sem emprego, sem roupas, sem dúvida estão com muito mais dores que os voluntários. Não dá pra pensar nas nossas dores quando as dores de outras pessoas são cada vez maiores”, afirma. 

Para ele, os relatos nas redes sociais que viralizaram foram importantes para furar bolhas e conscientizar as pessoas do quão grave é a situação do Rio Grande do Sul. “Infelizmente o choque para a população que não está vivendo esse caos se faz necessário para que elas se conscientizem de que estamos diante de uma das maiores catástrofes da história do país, do mundo e que cidades inteiras foram varridas. Enquanto os filhos de todos não estiverem seguros, secos e confortáveis, não vamos parar”.

Confira alguns tuítes de Schneider que viralizaram:

 

 

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