Um casal foi flagrado imitando macacos na roda de samba Pé de Teresa, no Rio de Janeiro. O caso veio à tona no sábado (21), quando a jornalista Jackeline Oliveira filmou o ato e denunciou o racismo na internet. As cenas foram registradas na Praça Tiradentes, no centro da capital carioca.
Um casal foi flagrado imitando macacos na roda de samba Pé de Teresa, no Rio de Janeiro. O caso veio à tona no sábado (21), quando a jornalista Jackeline Oliveira filmou o ato e denunciou o racismo na internet. As cenas foram registradas na Praça Tiradentes, no centro da capital… pic.twitter.com/uOJ6PIrk1H
— O Tempo (@otempo) July 22, 2024
No vídeo, é possível ver que além de imitarem gestualmente, o homem e a mulher, ainda não identificados, também emitiram sons imitando macacos. De acordo com o relato da jornalista, publicado nas redes sociais, após ela observar a cena ela chamou os seguranças do local para pedir que o casal interrompesse com os atos.
“Eu decidi que isso era pouco, precisava ter feito mais. Acredito que se eu não tivesse filmado, isso nem seria divulgado, ninguém saberia. É uma falta de respeito”, disse em um vídeo publicado no Instagram. Na manhã desta segunda-feira (22), Jackeline foi a uma delegacia da Polícia Civil no Rio, junto com representantes da roda de samba e da vereadora Mônica Cunha (Psol).
“Não é brincadeira, não é deboche, é crime e não vamos mais tolerar! Uma violência que atravessou não só o meu corpo, como de diversas pessoas que estavam lá”, complementou a jornalista. Ao se deparar com a cena, ela ainda relatou ter ficado sem reação. “Eu só pensei o seguinte: preciso ter provas e por isso gravei o vídeo. A gente imagina fazer muita coisa quando não toca a nossa pele, quando não nos atravessa de forma direta”, lamentou.
No Instagram, a roda de samba Pé de Teresa afirmou que as cenas são inaceitáveis. “O nojo toma conta de nossos pensamentos e palavras. Nojo de toda essa branquitude disfarçada de paz e amor que vem no samba. Só não foram expulsos porque o fato não chegou à ciência de nossa produção. O samba é lugar de gente preta e feito por gente preta. Nosso samba é nosso quilombo, nosso espaço de existência e resistência”, diz o texto publicado nas redes sociais.
A produção da roda de samba ainda destacou que a presença de pessoas como o casal não é bem vinda. “Coloquem-se no lugar de vocês que é ‘nenhum’. Não fazemos questão deste tipo de presença em nosso samba e se virmos este comportamento inaceitável serão expulsos. Pessoas pretas que se sentirem de alguma maneira incomodadas em nosso samba devem procurar a nossa produção. Não passarão!”, finalizou o texto.
O casal não foi localizado para se pronunciar sobre o caso.