Um avião de médio porte da Voepass com 58 passageiros e quatro tripulantes caiu em uma área residencial de Vinhedo, na região de Campinas (SP), no início da tarde desta sexta-feira (9). De acordo com a Voepass, morreram as 61 pessoas que estavam na aeronave.
Relembre agora algumas das principais tragédias da aviação no Brasil.
Acidente da TAM (17 de julho de 2007)
Esta foi a maior tragédia da aviação brasileira. O Airbus A-320 da TAM, que vinha de Porto Alegre, se acidentou no aeroporto de Congonhas, e 199 pessoas morreram, das quais 12 em solo. Naquele dia fatídico, a pista estava molhada e, por conta de uma reforma, estava sem as ranhuras que facilitam a frenagem da aeronave, o chamado "grooving" na linguagem da aviação. No procedimento de pouso, o Airbus atravessou a pista e chocou-se contra um prédio de cargas na avenida Washington Luiz, da própria companhia aérea.
O relatório final apontou diversos fatores que contribuíram para o acidente, mas até hoje, depois de 17 anos, ninguém foi considerado culpado pela Justiça. Atualmente, no local da queda existe um memorial em homenagem às vítimas e, ao centro, um pé de amora que sobreviveu ao acidente.
Voo Gol 1907 (29 de setembro de 2006)
O Boeing 737-8EH partiu do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, com destino ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, e previsão de uma escala no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. Enquanto sobrevoava o estado de Mato Grosso, colidiu no ar com um Embraer Legacy 600. Todos os 154 passageiros e tripulantes a bordo do Boeing 737 morreram após a aeronave se despedaçar no ar e cair em uma área de mata fechada. Já o Legacy, apesar de ter sofrido danos graves na sua asa e estabilizador horizontal esquerdo, pousou em segurança com seus sete ocupantes não lesionados, na base Aérea do Cachimbo.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) concluiu que o acidente foi causado por erros cometidos tanto pelos controladores de tráfego aéreo quanto pelos pilotos do Legacy.
Voo VASP 168 (8 de junho de 1982)
O avião da VASP havia saído da capital paulista, tendo como destino Fortaleza (CE). Mas o Boeing 727-200 chocou-se contra a Serra da Aratanha no território do município de Pacatuba, no estado do Ceará, enquanto fazia a aproximação para pousar no aeroporto Pinto Martins. Seis alarmes de alerta de colisão soaram na cabine, mas o piloto os ignorou. Todos os 137 ocupantes do Boeing morreram na colisão.
Voo 402 da TAM (31 de outubro de 1996)
O Fokker 100 da TAM decolou de Congonhas, em São Paulo, para o Rio de Janeiro. Mas 24 segundos após a decolagem, a aeronave caiu sobre oito casas da Rua Luís Orsini de Castro, no bairro do Jabaquara, na zona sul de São Paulo. Morreram 99 pessoas: 96 que estavam no avião e mais três em terra. Uma falha no reversor de uma das turbinas teria sido o motivo do acidente, conforme as investigações.
Voo Varig 254 (3 de setembro de 1989)
O Boeing 737-241 partiu de Guarulhos com destino ao Aeroporto Internacional de Belém, no Pará, e tinha previsão de escalas em seis aeroportos da rota. Mas depois da decolagem do Aeroporto de Marabá, a aeronave, em vez de tomar o rumo em direção ao norte para Belém, virou e passou a ir em direção oeste. Ao perceber o erro, os pilotos ficaram perdidos e não conseguiram retornar a qualquer aeroporto, tendo que fazer um pouso de emergência na selva. O avião só foi localizado pela Força Aérea Brasileira quatro dias depois do incidente.
Entre os 54 passageiros e tripulantes a bordo, um morreu no momento do acidente por estar solto no corredor da aeronave, sendo arremessado em direção à cabine, e mais 11, durante o tempo de espera do resgate. Dos 42 sobreviventes, dezessete tiveram ferimentos graves e 25 sofreram ferimentos leves.
Voo 447 da Air France (1º de junho de 2009)
Este não é considerado um acidente aéreo brasileiro, porque se trata de uma empresa francesa e a tragédia aconteceu no Oceano Atlântico. Mas merece ser lembrado, porque havia muitos brasileiros entre os passageiros - eram 58 dos 228 mortos.
O último contato humano com a tripulação foram mensagens de rotina enviadas aos controladores de terra brasileiros 3 horas e 6 minutos após a decolagem, no Rio de Janeiro. Após sair dos limites de captação dos radares brasileiros, o avião desapareceu. Apenas dois dias depois, veio a confirmação de que encontraram os destroços do avião no oceano. As caixas pretas só foram localizadas dois anos depois.
Voo 2933 da LaMia (28 de novembro de 2016)
Este não é um acidente aéreo brasileiro, mas comoveu toda a população do país porque entre as vítimas estavam os atletas da Chapecoense, time de futebol catarinense que ganhava relevância em 2016. O acidente aconteceu quando o time viajava para a Colômbia para jogar contra o Atlético Nacional pela Final da Copa Sul-Americana. O avião levava 77 pessoas a bordo. Sobreviveram quatro passageiros e dois tripulantes.