A megaoperação das forças de segurança pública resultou em 64 mortes, de acordo com o último balanço parcial do governo do Rio de Janeiro. A ação policial se concentrou nos Complexos da Penha e do Alemão e mira líderes e integrantes do Comando Vermelho (CV).
O policial civil Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, um dos quatro policiais mortos durante a operação tinha apenas 63 dias de nomeação para o cargo de inspetor. A nomeação de Cabral foi publicada no Diário Oficial do estado em 25 de agosto. 
Ele foi nomeado inicialmente para atuar na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), mas foi encaminhado em setembro para a 39ª DP (Pavuna). Antes de prestar a prova da Polícia Civil, Cabral fez curso técnico de telecomunicações em uma instituição de São Gonçalo, onde se formou.
O governo Cláudio Castro (PL) confirmou que ao menos 64 pessoas foram mortas, incluindo suspeitos, civis e policiais. Com isso, essa é a operação policial mais letal da história do estado.
Outro policial civil
Outro policial civil morto durante operação foi Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51, conhecido como Maskara. Ele foi recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita) na véspera da operação.
Servidor da Polícia Civil há 26 anos, Maskara era conhecido e querido por policiais antigos do estado. Um áudio enviado por colegas pedindo ajuda para o resgate do policial circulou entre agentes nesta terça.
Policiais do Bope
Dois policiais militares foram mortos, ambos do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Cleiton Serafim Gonçalves, 42, tinha 16 anos de corporação, e Heber Carvalho da Fonseca, 39, estava na PM há 14 anos. Ambos eram terceiro sargento. Heber deixa esposa, dois filhos e um enteado. Serafim deixa esposa e filha.
O clima no hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, para onde os policiais foram levados, era de consternação entre colegas. Alguns policiais civis e militares choravam.
Atualização
A atualização das polícias até a noite desta terça apontava para 15 policiais feridos, oito deles do Bope, dois do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e cinco da Polícia Civil.
Doações
A Polícia Civil divulgou nas redes sociais pedidos de doação de sangue para quatro policiais civis feridos: Bernardo Leal Anne Dias, Leandro Oliveira dos Santos, Rodrigo Vasconcelos Nascimento e Rodrigo da Silva Ferreira Soares. Eles estão internados no Getúlio Vargas e as doações podem ser feitas no Hemorio, no centro da cidade.
Megaoperação
O governo do Rio de Janeiro realiza nesta terça-feira (28/10) a Operação Contenção, uma ação conjunta das forças de segurança estaduais contra a expansão territorial do Comando Vermelho nos Complexos da Penha e do Alemão. O número exato de mortos e feridos ainda está sendo contabilizado.
A operação desta terça ultrapassou o massacre do Jacarezinho, em maio de 2021 - que era, até então, a ação mais letal na história da capital fluminense com 28 mortos, entre eles um policial. Três das quatro ações mais violentas da história fluminense foram realizadas sob o governo de Castro.
Em resposta a ação policial, que já resultou na prisão de dois líderes do Comando Vermelho, a facção fechou ruas e avenidas na capital carioca que vive um dia de caos na vida da população. 
*Com informações de Yuri Eiras/Folhapress
 
                       
                       
                       
                      