Um homem fingindo ser piloto da Gol, com uniforme da companhia e um crachá, pediu para entrar na cabine de comando da Azul em pleno voo. Os comissários da empresa, ao desconfiarem da situação, negaram acesso. O caso ocorreu em 24 de fevereiro, em um voo entre Porto Alegre e Congonhas.

De acordo com informações do G1, o falso piloto, cujo nome não foi informado, usava um uniforme de comandante Gol, representado por quatro listras nos ombros.

Ele portava também um cordão de crachá da empresa, mas não o crachá propriamente. Ele usava apenas um Certificado de Habilitação Técnica (CHT), a carteira de piloto, emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

De acordo com a Gol, o homem "apresentou comportamento suspeito em voo" ao tentar puxar assunto com os comissários do voo da Azul, se passando por um comandante verdadeiro.

Durante o voo, o homem interagiu com a tripulação na galley [copa] dianteira, dizendo que era comandante recém-promovido na Gol, com sete anos de experiência na companhia e que estava a caminho da base do Rio de Janeiro. No entanto, essa alegação gerou desconfiança entre os comissários, sobretudo devido à inconsistência nas suas falas.

Ainda de acordo com o relato, o comandante verdadeiro do voo chegou a cumprimentar o falso colega quando deixou a cabine. Foi então que ocorreu o pedido. "Posteriormente, este indivíduo solicitou acesso à cabine de comando durante o voo, o que não foi concedido", informou a Gol. 

A suspeita de que o homem uniformizado não era piloto da Gol foi confirmada antes do pouso, durante a verificação da cabine. Segundo a Azul, houve a constatação de que o falso piloto embarcou com um bilhete regular.

Esse por si só é um sinal de alerta: tripulantes uniformizados não usam bilhetes regulares. Eles têm direito a um bilhete gratuito, diferenciado e reservado com antecedência, fruto de um acordo entre Azul, Gol e Latam e o sindicato da categoria. É o chamado "passe livre".
 
A Azul informou que "a tripulação agiu de forma preventiva e de acordo com todos os protocolos da companhia ao perceber atitude atípica" do falso piloto, e que o relatou o caso "imediatamente para as autoridades competentes".