O pai da criança de dois anos que matou a própria mãe com um disparo acidental, em Rio Verde de Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, afirmou em depoimento à Polícia Civil que não viu o filho brincando com a arma antes do tiro. A declaração foi feita na noite da última sexta-feira (13 de junho), durante o primeiro depoimento prestado pelo homem na delegacia local.
A informação foi confirmada pela delegada Danielle Felismino, ao G1. Segundo ela, o homem prestou um depoimento preliminar na delegacia, no momento em que apresentou as imagens das câmeras de segurança e a documentação da arma, que ficou apreendida. Outro depoimento está previsto para a próxima semana.
O menino pegou a arma que estava em cima de uma mesa. O caso ocorreu na varanda da residência da família no bairro Barra Verde, por volta das 19h40, na sexta-feira. A cena foi filmada por câmeras de segurança da casa. Nas imagens, é possível ver a mãe e o pai sentados na área externa. O homem mexia no celular e a mulher parecia conversar com ele. Nesse momento, o menino pega o armamento e começa a manusear.
A criança, então, dispara acidentalmente na direção da mulher. O casal se levanta com o susto e o menino tenta abraçar a mãe, que cai no chão segundos depois. O pai corre em direção da companheira para socorrê-la. A mulher, de 27 anos, foi atingida no braço e no tórax. Ela chegou a ser encaminhada a um hospital municipal, mas não sobreviveu, informou a Polícia Civil. Assista o vídeo:
TRAGÉDIA - Uma criança de dois anos matou a própria mãe baleada depois de pegar a arma do pai e atirar contra ela acidentalmente, nesta sexta-feira (13) em Rio Verde (MS).
O menino pegou a arma que estava em cima de uma mesa. O caso ocorreu na varanda da residência da família no… pic.twitter.com/ywRsHmfbSR
Ainda segundo a entrevista da delegada ao G1, a criança vai continuar com a família enquanto o caso é investigado e encaminhada ao Conselho Tutelar se necessário.
O pai era da reserva do Corpo de Bombeiros e tinha licença para ter a arma. Ele foi conduzido para a delegacia, mas não ficou preso. O homem responderá por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — e omissão de cautela na guarda do armamento.
A pistola Glock modelo 45, de calibre 9x19mm, foi apreendida. Além dela, um carregador, quatro munições intactas da marca CBC e quinze munições da marca S&B, sendo quatorze intactas e uma deflagrada.
A reportagem fez contato com a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, que comanda a investigação, mas ainda não teve confirmação do conteúdo do depoimento do pai.