O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (3) que o Implanon, implante hormonal contraceptivo e subcutâneo, será fornecido gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A pasta afirma que pretende distribuir cerca de 1,8 milhão de implantes até 2026, mas a meta é atender 500 mil mulheres já este ano. O medicamento chega a custar R$ 4 mil na rede privada. 

O dispositivo de longa duração funciona com a liberação de etonogestrel (hormônio sintético, similar à progesterona) e é considerado vantajoso em relação aos outros métodos já existentes. O medicamento age por até três anos no organismo.

Hoje, o implante como método contraceptivo está disponível apenas na rede privada de saúde e custa de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Segundo o Ministério da Saúde, para a implementação do método foram investidos cerca de R$ 245 milhões.

O implante subdérmico é um pequeno bastão, com cerca de 3 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, contendo etonogestrel, hormônio sintético que bloqueia a ovulação.

O dispositivo é inserido no braço da mulher durante uma consulta, sob anestesia local. Seu mecanismo de ação envolve dois caminhos: ele impede a ovulação e espessa o muco do colo do útero, o que dificulta a passagem dos espermatozoides.

Oficialização 

Segundo a pasta, a portaria que oficializa a incorporação do contraceptivo no sistema de saúde brasileiro deve ser publicada nos próximos dias e, a partir da data de publicação, as áreas técnicas do ministério terão 180 dias para efetivar a oferta em etapas como atualização das diretrizes clínicas, aquisição, distribuição do insumo, capacitação e habilitação de profissionais para a aplicação do implante.

Proibição e revogação

Em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia proibido todos os implantes hormonais após entidades relacionarem o método à mortes e complicações. A agência revogou a decisão em novembro e permitiu o uso dos dispositivos para fins médicos.

O único implante hormonal aprovado para uso no Brasil, hoje, é o Implanon. O dispositivo, além de anticoncepcional, costuma ser utilizado para controle de sintomas da menopausa.

Segundo o Ministério da Saúde, o método contraceptivo é considerado vantajoso se comparado às outras opções disponibilizadas pela eficácia e longa duração. Após três anos no organismo, ele pode ser retirado e um novo pode ser reinserido pelo próprio SUS.

Ainda de acordo com a pasta, para aquelas que desejam engravidar, após a remoção os níveis de fertilidade da mulher costumam retornar aos mesmos pataratares de antes do uso do dispositivo. A recomendação, no entanto, é que a inserção e retirada do implante seja realizada por profissionais da medicina e enfermagem qualificados.

Outros métodos contraceptivos no SUS

Além do Implanon, o SUS oferece também o Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre como método contraceptivo reversível de longa duração.

Entre os demais contraceptivos que podem ser obtidos gratuitamente no Brasil estão camisinha, anticoncepcional oral, pílula de progestagênio, injetáveis hormonais mensais e trimestral, além de procedimentos não reversíveis como laqueadura e vasectomia.

O Ministério da Saúde afirma ter o compromisso de reduzir em 25% a mortalidade materna geral e em 50%, entre mulheres negras até 2027.

*Com Estadão Conteúdo