Comportamento

A sabedoria em se reinventar

Três exemplos de que nunca é tarde para transformar a trajetória de vida

Por ANA ELIZABETH DINIZ
Publicado em 02 de outubro de 2011 | 01:02
 
 
 
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Roberto, Ricardo e Sara têm algo em comum: a coragem de romper com o passado e mudar de profissão e de vida em busca da felicidade. Eles não se arrependem da opção que fizeram. Pelo contrário, sentem-se realizados.

Sara Ribeiro Valadares Weimann, 52, formou-se em engenharia mecânica, fez mestrado em engenharia metalúrgica e ganhou bolsa para ir à Rússia para fazer especialização em soldagem. De volta ao Brasil, conheceu um alemão e se casou com ele. Morou dez anos em Mannheim (80 km ao sul de Frankfurt), onde trabalhava como inspetora de qualidade em usinas nucleares e refinarias de petróleo.

"Foi quando fiquei grávida do meu primeiro filho. Na Alemanha, a licença-maternidade é de três anos. Nesse período, engravidei novamente e, no total, fiquei quatro anos e meio de licença. Foi quando meu marido foi transferido para o Brasil, para dirigir uma empresa em São Paulo. Pouco tempo depois, nos separamos e eu retornei para Belo Horizonte", relembra Sara.

Propostas de trabalho não faltaram, principalmente porque Sara tinha uma bagagem profissional invejável e falava fluentemente o inglês e o alemão.

"Algumas propostas eram milionárias, como uma empresa que ofereceu US$ 1.000 por dia para que eu trabalhasse com inspeção técnica de solda na Bahia. Teria que ficar por lá uma semana inteira e teria apenas um dia na semana para ver meus filhos. Não tive dúvidas. Recusei o convite", diz ela.

A vida confortável e de luxo havia ficado para trás. Sara fez a opção por colocar os filhos em primeiro lugar e, naquele momento, não havia espaço para o trabalho fora de casa. Deixar os filhos o dia inteiro nas mãos de empregadas era algo impensável. "Divorciada, sozinha e com duas crianças para criar, resolvi abrir um escritório em casa e trabalhar como tradutora técnica de alemão e inglês, dois idiomas que eu domino muito bem. Dessa forma, matei dois coelhos com uma cajadada só", comenta Sara que, assim, participa mais da criação dos filhos.

Ela conta que não se arrepende da decisão radical, pois entendeu que sua missão naquele momento era estar próxima dos filhos, educá-los, dar carinho e segurança. "Essa ruptura com minha antiga profissão e meu passado foi extremamente positiva. Hoje, meus filhos têm 14 e 15 anos. Amo fazer tradução e tenho o maior prazer nesse trabalho. Meu contato com a engenharia se dá através das traduções. Estou feliz com essa guinada", pontua.

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