Racionamento de água

Alckmin diz que foi mal interpretado com relação ao racionamento

Perguntado nesta quinta, mais de uma vez, o governador não respondeu se há possibilidade ser adotado rodízio de água para o consumidor final

Por Folhapress
Publicado em 15 de janeiro de 2015 | 17:49
 
 
 
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Um dia após afirmar que São Paulo já enfrenta racionamento de água desde o ano passado, Geraldo Alckmin (PSDB) disse que foi mal interpretado. Nesta quinta-feira (15), o governador disse que a sobretaxa para os consumidores que aumentarem o consumo é uma tentativa de evitar o rodízio.

"A tarifa contingenciada que foi aprovada visa exatamente evitar o racionamento", disse o governador. "Com isso, atendemos a exigência da ANA (Agência Nacional de Águas) e evitamos o racionamento para o consumidor final".

Perguntaram se foi mal interpretado, Alckmin afirmou: "Claro que fui [mal interpretado]. Porque, na realidade, o que estamos fazendo é evitando o racionamento. Por meio das medidas estamos procurando ultrapassar a crise da seca e garantir o abastecimento de água".

Na quarta, o governador havia dito que "o racionamento já existe, quando a ANA determina. Quando ela diz que você tem que reduzir de 33 para 17 [metros cúbicos por segundo] no Cantareira, é óbvio que você já está restrição. O que estou dizendo é que se tirávamos 33 metros cúbicos por segundo [de água], e hoje estamos tirando 17, é óbvio que nós temos uma restrição hídrica".

Perguntado nesta quinta, mais de uma vez, o governador não respondeu se há possibilidade ser adotado rodízio de água para o consumidor final.

Na quarta (14), o novo presidente da Sabesp havia dito que não está descartada a adoção de rodízio de água na região metropolitana e que a empresa já começou a ampliar o período de redução da pressão da água enviada a todos os bairros da Grande São Paulo.

A ampliação do tempo de menor pressão da água distribuída tem como objetivo a redução de consumo nas torneiras e de perdas nas inúmeras falhas nos encanamentos da empresa.

A medida causa também falta de água, principalmente em locais altos em que o morador não tenha uma caixa d'água capaz de abastecer a família por 24 horas. Na prática, essa ampliação da redução de pressão é o que Kelman vinha chamando de aumento de "sofrimento da população".

Kelman admitiu que o aumento da tática deverá deixar um número ainda maior de pessoas sem água na torneira.

SOBRETAXA

A Justiça liberou, na quarta, a cobrança de sobretaxa para quem aumentar o consumo de água. A decisão é do presidente do Tribunal de Justiça, José Renato Nalini, que anula uma decisão de primeira instância que havia suspendido a sobretaxa.

De acordo com a decisão, "ninguém sobrevive sem água. A tarifa de contingência obteria economia aproximada a 2.500 litros por segundo, volume capaz de abastecer mais de 2 milhões de consumidores", afirma.

O entendimento do magistrado é de que a adoção da sobretaxa não está condicionada a uma formal e prévia decretação de racionamento. Esse entendimento é o mesmo da Sabesp e da Arsesp (agência estadual reguladora de saneamento).

No entanto, entidades de direito do consumidor acreditam que, para a instituição da sobretaxa, é necessária a instalação de um decreto de racionamento.

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