Uma pesquisa do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo revelou que o álcool pode aumentar em até três vezes a dose original de medicamento e seu efeito no organismo.
O autor do estudo, Christel Berstrom, destacou que a ingestão das bebidas alcoólicas pode alterar a interação de enzimas e de outras substâncias corporais quando entra em contato com ao menos 5 mil medicamentos disponíveis no mercado, vendidos com ou sem prescrição médica, interferindo em sua potencialidade.
Por isso, é necessário sempre procurar um especialista para saber se a ingestão de álcool irá trazer consequências graves durante um tratamento médico.
“Existem muitos medicamentos que interagem com o álcool. Por exemplo, eu tomo um hipertensivo e vou beber uma cervejinha com meus amigos. O álcool pode potencializar o efeito do medicamento, mas também pode trazer outras reações de toxicidade e riscos que não estavam previstos. Então, é importante que quando a pessoa for tomar remédios crônicos, de uso por muito tempo, que ela tenha muito cuidado com a ingestão de álcool e que tenha orientação do profissional capacitado, como o médico ou o farmacêutico”, orienta a farmacêutica Bárbara Gobira, do Grupo de Trabalho de Farmácia Clínica do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais.
Álcool e dipirona: o efeito do álcool pode ser potencializado;
Álcool e paracetamol: aumenta o risco de hepatite medicamentosa;
Álcool e ácido acetilsalicílico: aumenta o risco de sangramentos no estômago. O acetilsalicílico irrita a mucosa estomacal. O que seria um leve transtorno pode ser potencializado pelo álcool;
Álcool e antibióticos: essa associação, especialmente com alguns tipos de antibióticos, pode levar a efeitos graves do tipo antabuse (o acúmulo desta substância tóxica causa efeitos como vômitos, palpitação, cefaléia (dor de cabeça), hipotensão, dificuldade respiratória e até morte). Por exemplo: Metronidazol; Trimetoprim-sulfametoxazol, Tinidazole, Griseofulvin. Outros antibióticos como cetoconazol, nitrofurantoína, eritromicina, rifampicina e isoniazida também não devem ser tomados com álcool pelo perigo de inibição do efeito e potencialização de toxicidade hepática;
Álcool e anti-inflamatórios: aumentam o risco de úlcera gástrica e sangramentos;
Álcool e antidepressivos: aumentam as reações adversas e o efeito sedativo, além de diminuir a eficácia dos antidepressivos;
Álcool e calmantes (ansiolíticos) e ansiolíticos (benzodiazepinas): aumentam o efeito sedativo, o risco de coma e insuficiência respiratória.
Álcool e inibidores de apetite: o uso concomitante com os supressores de apetite não é recomendado visto que pode aumentar o potencial para ocorrer efeitos sobre o SNC, tais como: tontura, vertigem, fraqueza, síncope e confusão;
Álcool e insulina: pode gerar hipoglicemia, pois o álcool inibe a disponibilidade de glicose realizada pelo organismo, portanto a alimentação deverá ser bem observada, pois com o álcool a única disponibilidade de glicose vem das refeições; vale ressaltar que também pode causar efeito antabuse. O uso agudo de etanol prolonga os efeitos, enquanto que o uso crônico inibe os antidiabéticos;
Álcool e anticonvulsivantes: aumentam os efeitos colaterais e o risco de intoxicação enquanto que diminui a eficácia contra as crises de epilepsia.
Fonte: Conselho Regional de Farmácia de São Paulo