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Após resolução, país tem média de seis casamentos gays por dia 

Em Recife, juiz ainda se recusa a celebrar união de pessoas do mesmo sexo

Por Litza Mattos
Publicado em 06 de outubro de 2013 | 03:00
 
 
 
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Quatro meses após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ter publicado a Resolução 175, que obriga, desde maio, os juízes a realizar o casamento homoafetivo no Brasil, mais de 738 uniões foram oficializadas nas principais capitais – o que significa uma média de 6,049 celebrações por dia.

 

O levantamento feito com exclusividade por O TEMPO ouviu 77 cartórios localizados em dez capitais, de todas as regiões do país.

A cidade que mais realizou casamentos entre pessoas do mesmo sexo foi o Rio de Janeiro, com 318 registros. Porém, em São Paulo foram ouvidos apenas dez dos 58 cartórios – os principais, segundo a Associação dos Notários e Registradores (Anoreg-SP). Os cartórios pesquisados fizeram 136 casamentos. Considerando essa média, estima-se 788 uniões na capital paulista neste período.

Recife (PE) e Porto Alegre (RS) celebraram, respectivamente, 59 e 46 casamentos. Nas duas cidades, bem diferente de Belo Horizonte, alguns cartórios já realizavam os casamentos desde 2011, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Apesar disso, em um dos cartórios ouvidos em Recife, o juiz ainda se recusa a fazer as uniões.

Outra curiosidade vem da capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande. Dos 28 casamentos celebrados desde a decisão do CNJ, 11 foram realizados em um mutirão.

Em BH. Entre as capitais ouvidas, Belo Horizonte ficou com a quinta posição, realizando 42 casamentos ou 10,5 uniões por mês. Dos seis cartórios, o Ofício do 2º Registro Civil das Pessoas Naturais, localizado no centro da cidade, foi o que realizou o maior número: 13.

Um dos casamentos foi de Roseli Teixeira, 45, com Rosângela de Oliveira, 46, celebrado no dia 13 de setembro. “Já morávamos juntas há seis anos, mas tão logo saiu a resolução, nos mobilizamos para reunir toda a papelada”, conta Roseli.

Segundo a servidora pública, não é só o estado civil que muda. “Quando entrei no cartório e pude finalmente colocar no papel o que já vivia, foi uma sensação de felicidade extrema, de lavar a alma”, afirma. (Com Anderson Rocha)

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