Bailarina brasileira denuncia racismo nos EUA: 'perguntaram se eu era faxineira'

A bailarina Ingrid Silva denunciou pelas redes sociais, na última terça-feira, um episódio de racismo sofrido por ela na Filadélfia, no estado da Pensilvânia, Estados Unidos.

No relato, a brasileira conta que foi abordada por um homem norte-americano que a ouviu conversar em português com a filha, Laura, e comentou que recentemente esteve no Rio de Janeiro.

Em seguida, o homem perguntou à bailarina se ela morava em ‘Philly’, apelido da cidade. Ao responder que estava na cidade a trabalho, o estadunidense questionou Ingrid se ela era faxineira. 

“Quando ele falou isso, ele me pegou de um jeito assim, um choque. Em 14 anos morando em Nova York, nunca conversei com alguém que verbalizasse que, por eu ser uma mulher preta, estaria limpando”, afirmou Ingrid.

Em um vídeo gravado em seu Instagram para desabafar sobre o ocorrido. “É tudo estruturado para que as pessoas pretas não tenham oportunidade de crescer, ou quando elas crescem, elas não são vistas dessa forma”, continuou. E fez um apelo: “Pessoas brancas, estudem, se eduquem. Parem de falar essas m*rdas. A gente está cansado de ouvir essas m*rdas”, prosseguiu a bailarina.

Por fim, Ingrid finalizou o desabafo chamando atenção sobre a forma que o racismo é trabalho pelas pessoas diariamente. 

“Vocês entendem como o racismo é algo tão sutil, mas tão avassalador e escroto, que desestrutura toda uma estrutura. Eu tenho consciência de que sou uma mulher preta muito orgulhosa de todas as minhas batalhas e todas as minhas lutas. Minha filha é uma mulher preta que também vai ser orgulhosa de toda a sua jornada e sua caminhada, mas a gente está cansado desse tipo de coisa acontecendo”, finalizou.

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Quem é a bailarina Ingrid Silva? 

Ingrid Silva é uma bailarina brasileira que atualmente se apresenta com o Dance Theatre of Harlem em Nova York.

Criada em Benfica, zona norte do Rio, é engajada em promover a diversidade no mundo do balé e o empoderamento das mulheres. Filha de uma empregada doméstica e de um funcionário da Força Aérea, Ingrid iniciou a carreira no mundo da dança aos 8 anos, no projeto social Dançando para Não Dançar, na Vila Olímpica da Mangueira. 

Profissionalmente, passou pelo Centro de Movimento Deborah Colker e pelo Grupo Corpo.