Educação

Brasil é último em ranking de salários de professores

Pesquisa com 48 países mostra que remuneração avança pouco na carreira


Publicado em 21 de junho de 2019 | 03:00
 
 
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Rio de Janeiro. A Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem 2018 (Talis, na sigla em inglês) revelou que os professores brasileiros são os que recebem os piores salários em um universo de 48 países avaliados.

O levantamento também mostrou que, ao contrário de outros países, os profissionais de educação brasileiros não têm diferença de salário ao longo da carreira. A Talis é ligada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para comparar os salários de educadores das 48 nações, a OCDE converteu os ganhos de todos para dólares e fez o cálculo do poder de compra de cada profissional em seu país.

Na comparação do poder de compra do salário estatutário dos professores entre os países, “são usados dados sobre os salários iniciais estatutários dos professores, expressos em termos de paridade de poder de compra”, explica o relatório.

Segundo esse cálculo, os professores brasileiros recebem um salário equivalente a US$ 13.971 ao ano – em torno de US$ 1.164 por mês – sendo o país onde os educadores têm o menor poder de compra.

A Dinamarca é o local com os melhores salários, com US$ 42.841 anuais – o que equivale a US$ 3.570 por mês – podendo chegar a até US$ 55.675 por ano ao longo da carreira.

A pesquisa mostra que os professores brasileiros não apresentam ganho salarial ao longo dos anos trabalhados, algo que só se repete na Estônia e na Letônia, ambos ex-integrantes da União Soviética. Nos demais países, ao longo dos anos os professores recebem aumentos salariais como parte de planos de carreira.

Na Hungria, penúltimo colocado na lista, os professores de ensino fundamental começam a carreira recebendo US$ 14.227 anuais, mas após 15 anos, estão recebendo US$ 20.629 ao ano e podem chegar a US$ 27.031 no topo da carreira.

Bullying

Como noticiado na edição de, a pesquisa também mostrou que o ambiente das escolas brasileiras é duas vezes mais suscetível ao bullying do que a média geral das instituições de ensino em 48 países. Ainda conforme a pesquisa, a intimidação ou o bullying aparecem como um problema que ocorre semanal ou diariamente nos ambientes de ensino, enquanto 18% dos administradores das instituições de ensino médio dizem o mesmo. O percentual supera em muito as médias da América Latina (13%) e do mundo (14%). A pesquisa ouviu mais de 250 mil professores e diretores ao redor do mundo.

Jovens analfabetos ainda somam 11,3 milhões

Rio de Janeiro. Uma outra pesquisa, divulgada pelo IBGE na quarta-feira, mostrou que o Brasil ainda tem 11,3 milhões de analfabetos entre a população de 15 anos ou mais – o número corresponde a 6,8% dessa população.

O dado diz respeito ao cenário identificado em 2018 e apresentou queda de 0,1 ponto percentual em relação a 2017 – o que significa 121 mil analfabetos a menos – quando o país tinha 6,9% das pessoas nessa situação.

Andressa Pellanda, coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, avalia que o país vive um esvaziamento de políticas públicas na área educacional. “Desde o começo de vigência do Plano Nacional de Educação, em 2014, essa meta de alfabetização está praticamente estagnada, tendo mudado somente dois pontos percentuais. Isso acontece porque não há nenhum programa ativo em dirimir essa situação”, disse ela na quarta-feira (19) à Agência Globo.

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