Covid-19

Brasil registra menor média móvel de mortes desde o início da pandemia

Seis meses após o pico da doença, vacinação mostra resultado. A queda no número de óbitos é de quase 90%, segundo Ministério da Saúde

Por Agência Brasil
Publicado em 19 de outubro de 2021 | 19:32
 
 
 
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Em 19 de abril de 2021 o Brasil registrou a maior média móvel de morte em decorrência da covid-19: cerca de 3 mil óbitos diários. Hoje (19), exatos seis meses após o ápice, o Ministério da Saúde informa que a vacinação em massa contra a doença surtiu efeito. Segundo a pasta, a queda no número de óbitos foi de quase 90% - tendência que se acumula desde junho.

O boletim divulgado na noite de ontem (18) mostra que a média móvel de mortes está em 379,5, acompanhada pela queda expressiva também no número de novos casos da doença, que está em 12,3 mil ao dia.

“Nós temos um Sistema Único de Saúde (SUS) forte, com mais de 38 mil salas de vacinação, capaz de vacinar mais de 2 milhões de brasileiros e um governo extremamente preocupado com a vida. Por isso, adquiriu mais de 550 milhões de doses de vacinas [contra a] covid-19, investiu bilhões com habilitação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e vacinou mais de 90% da população brasileira com a primeira dose. Vacina é a saída para acabar com o caráter pandêmico da doença. Só assim vamos retornar para o nosso normal”, afirmou em nota o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo Queiroga, o sucesso da ampla campanha de vacinação deve se estender para 2022 com a compra antecipada de 354 milhões de doses de vacinas aprovadas no país. O plano de vacinação para 2022 foi apresentado no início do mês de outubro.

“Nós já temos asseguradas mais de 300 milhões de doses para vacinar a nossa população. É uma vacinação um pouco diferente do que aconteceu em 2021, porque não é uma vacinação primária. Mas, o mais importante é: teremos doses de vacinas para todos”, declarou Queiroga.

O painel de vacinação do Ministério da Saúde mostra que mais de 108 milhões de brasileiros já cumpriram integralmente o esquema vacinal. Essa população corresponde a 68% do público-alvo da campanha do Programa Nacional de Imunização (PNI). A ferramenta informa, ainda, que 3,6 milhões de pessoas já tomaram a dose de reforço, recomendada para pessoas acima de 60 anos, imunossuprimidos (aqueles cujos mecanismos normais de defesa contra infecção estão comprometidos) e profissionais de saúde.

Reflexo positivo da vacinação - Para a infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia e professora da Unicamp, a queda de mortes e da média móvel de óbitos por Covid no país é um reflexo positivo do avanço da vacinação. “Sem dúvida nenhuma é positivo, é um reflexo inquestionável do avanço da vacinação e que também nos remete ao raciocínio de que se o país tivesse iniciado uma imunização mais cedo, mais célere, nós teríamos uma mortalidade muito menor”, diz.

Ela pontua também que apesar da demora no processo de imunização dos brasileiros, o aumento da velocidade de vacinação no Brasil coincidiu com a chegada da variante delta e, de certa forma, contribuiu para inibir que a cepa provocasse consequências mais graves na população.

“A nossa velocidade maior de vacinação coincidiu com a chegada da delta e até inibiu que ela pudesse trazer consequências mais graves para nossa população.  A população vacinada recentemente mesmo com uma dose, com  título alto de anticorpos, possibilitou que a delta ficasse inibida em causar maldades como fez em outros países, quando chegou em uma população que já estava vacinada há mais tempo com proteção menor da vacina”, avalia.

Mas, mesmo diante desse cenário positivo, Raquel Stucchi, alerta que não é hora da população relaxar. “Nós temos números há semanas que são muito positivos, mas eles são números que pela experiência de outros países ainda não nos permite considerar que pandemia acabou, não nos permite relaxar.  O percentual da população totalmente vacinada é em torno de 50%, esse número não é suficiente para manter a pandemia sob controle. Então, precisamos ainda de medidas não farmacológicas, como uso de máscara, álcool em gel. Precisamos convencer todos sobre a necessidade de completar as duas doses da vacina e esperamos que tenhamos aprovação da vacina para a faixa etária abaixo de 12 anos, que ainda não foi contemplada”, afirma. (colaborou Hellem Malta)

 

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