O Ministério da Saúde confirmou na manhã desta quarta-feira (26), o primeiro caso de coronavírus no Brasil, como havia sido antecipado na terça, mas informou que as medidas adotadas de vigilância e controle devem continuar as mesmas que já vinham sendo adotadas, uma vez que o país já havia decretado estado de emergência em saúde pública de interesse nacional.
Em coletiva à imprensa, o ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou que neste momento está sendo feito um trabalho de mapeamento para identificar todos os passos e contatos deste primeiro paciente.
O homem, de 61 anos, ficou na Itália entre 9 e 20 de fevereiro. Ele chegou a São Paulo no dia 21 vindo de aeroporto Charles Charles de Gaulle, em Paris, sem sintomas, como tosse, febre ou gripe. No domingo, ele fez uma reunião familiar e foi quando começou a sentir os primeiros sintomas e na segunda-feira procurou o Hospital Albert Einstein.
Procurada pelo Estado, a Latam disse que "não foi notificada pela Anvisa sobre o caso mencionado".
“Em função do nexo com a Itália, o pronto-atendimento teve padrão de excelência. Coletou o material. E ao confirmar que era positivo, fizemos a contra-prova, por controle, mas já adotamos todas as medidas de prática de atenção da saúde”, afirmou Mandetta. O ministro elogiou a rapidez com que o Instituto Adolfo Lutz confirmou a contaminação em apenas algumas horas.
“Mudamos a definição de casos (para incluir mais países em que a origem seria suspeita de risco) às 17h30 da segunda e ele procurou o Einstein às 19h30”, disse Wanderson Kleber de Oliveira, da Secretaria de Vigilância em Saúde. O país tem hoje 20 casos suspeitos espelhados em: Paraíba (1 caso), Pernambuco (1), Espírito Santo (1), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2), São Paulo (11) e Santa Catarina (2). Já foram descartadas 59 suspeitas.
Desses 20, 12 viajaram da Itália, 2 da Alemanha, 2 da Tailândia, um da China e um da França. Um dos casos suspeitos é por contato com o indivíduo que foi confirmado e outro por contato com um suspeito. "Isso mostra que tivemos velocidade para se adaptar as novas definições durante o carnaval. O sistema de saúde está em alerta total", afirmou Oliveira.
Este é o primeiro caso na América Latina. “O status sanitário não muda porque já tínhamos adotados as medidas dias atrás. É uma síndrome gripal, mais grave nas pessoas de mais idade. Os jovens são muito poupados”, disse o ministro. “Entendo a preocupação da Itália, porque lá tem uma população de muitos idosos. Aqui vamos ver agora como o vírus vai se comportar em um país tropical, em pleno verão. Pode manter o mesmo padrão de transmissão do hemisfério norte, onde é inverno. Vamos ver aqui.”
No mundo, os dados apontam para 80.239 casos confirmados e 2.700 mortes, ou seja, um índice de letalidade de 3,4%. Fora da China, o porcentual é de 1,4%.
Oliveira afirmou que há uma tendência de estabilização dos casos na China, onde teve início a epidemia, e um "número expressivo de pessoas se recuperando da doença".