Diplomacia

Dengue: autoridades francesas se preocupam com visita de Macron ao Brasil

A convite de Lula, dirigente francês deve passar três dias no país e visitará cidades que vivem situação de emergência: Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro

Por agência
Publicado em 23 de março de 2024 | 10:54
 
 
 
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Autoridades do governo francês admitiram preocupação com a epidemia de dengue no Brasil, por causa da visita do presidente Emmanuel Macron, prevista para ter início na terça-feira (26). 

A convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Macron passará três dias no país, e visitará três lugares que vivem situação de emergência por surto de dengue: Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

O Brasil já registrou 2 milhões de casos de dengue, o recorde histórico desde o ano 2000. Houve 715 mortes - a maior parte delas no Distrito Federal (152). Há ainda 1.078 óbitos em investigação, segundo o painel do Ministério da Saúde.

O presidente francês passará a quinta-feira (28) em compromissos no Distrito Federal, que tem o mais grave surto de dengue do Brasil no momento.

Ao ser questionada sobre o assunto, uma importante autoridade francesa, que falou sob a condição de ter sua identidade preservada, disse que sim havia motivo para preocupação e cuidados, embora não tenha certeza de que o próprio Macron esteja ciente da gravidade dos casos brasileiros.

Além de medidas de praxe relativas à segurança, os governos da França e do Brasil trataram de restrições alimentares do chefe de Estado francês e de desejos específicos, como fazer uma caminhada na Avenida Paulista.

O Palácio de Eliseu comunicou ao Itamaraty que Macron tem costume de fazer atividades dessa natureza quando viaja ao exterior e gosta da prática esportiva.

Os preparativos mobilizaram o escritório de Macron, a embaixada e consulados franceses no Brasil, além do Palácio do Planalto e o Itamaraty.

Entrou no radar das autoridades de Paris o risco de contrair a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos no Brasil, como febre amarela e malária, comuns sobretudo na Região Norte - a última é mais frequente em áreas remotas. Todas tendem a ser potencializadas no período de chuvas do inverno amazônico.

Primeiro compromisso em Belém

O primeiro compromisso de Macron será em Belém, no Pará, onde circulará por ambientes abertos e fechados. Com Lula, ele irá tomar um barco e se deslocar até a Ilha do Combú para conhecer o cultivo de cacau e conversar com lideranças ribeirinhas e indígenas.

A previsão é de que Macron desembarque no Brasil na terça-feira (26), vindo da Guiana Francesa, um departamento ultramarino francês que também abrange uma porção da floresta amazônica.

São Paulo registrou até o momento 110 mortes pela dengue, o Rio de Janeiro, 63, e o Pará apenas dois óbitos. (Felipe Frazão/Agência Estado)

 

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