maio verde

Doença celíaca: 70% dos pacientes são diagnosticados após os 20 anos

Celíacos têm intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e derivados


Publicado em 17 de maio de 2023 | 14:02
 
 
 
normal

A campanha Maio Verde chama atenção para a doença celíaca, caracterizada pela intolerância ao glúten, uma proteína presente em grãos como trigo, aveia, cevada, centeio e derivados. Para quem tem essa condição de saúde, cortar o glúten da dieta não é uma simples opção, mas uma real necessidade. Um fator que vale destacar é que muitas pessoas não sabem que possuem a doença. 

De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), a doença celíaca atinge aproximadamente dois milhões de brasileiros, sendo que 80% não têm o diagnóstico conhecido e 70% só têm conhecimento após os 20 anos de idade.  

Desde 2003, passou a ser obrigatório pela Lei Federal nº 10.674,  que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten para resguardar o direito à saúde dos portadores de doença celíaca. Embora exista uma variedade cada vez maior de produtos com essa descrição, ainda há muita desinformação a respeito da doença.

A condição de intolerância ao glúten é comumente percebida nos primeiros anos de vida da criança, logo que o glúten é introduzido na dieta, mas também pode se desenvolver em qualquer idade. Alguns pacientes, inclusive, chegam a manifestar os primeiros sintomas apenas na vida adulta. 

A doença celíaca é determinada, em grande parte, por fatores genéticos, o que pode afetar várias pessoas da mesma família. “Ela (a doença) tem um componente genético muito forte, então cerca de 70% dos fatores são genéticos, enquanto aproximadamente 30% são ambientais, relacionados à alimentação e outros aspectos de hábitos de vida,” explica Ricardo Di Lazzaro, médico especialista em genética e CEO do Laboratório Genera.

A maioria dos sintomas de quem recebe o diagnóstico é gastrointestinais, como diarreia, vômito, dores abdominais, mas existem outros sinais que não são necessariamente ligados a isso, como por exemplo: a perda de peso, dores de cabeça e nas articulações, anemia, dentre outros. 

O especialista diz ainda que a predisposição para intolerância ao glúten pode ser detectada precocemente por meio de testes genéticos, que hoje são importantes aliados da medicina preventiva, indicando se um indivíduo tem um risco elevado de desenvolver essa doença no futuro. 

Um levantamento realizado pelo Laboratório Genera mostrou que, com base em 200 mil testes genéticos, pessoas identificadas como alto risco no teste genético tinham uma probabilidade 10 vezes maior de apresentarem as alterações relacionadas à doença. Esse risco fica ainda maior em pacientes com idade superior a 55 anos.

“O teste genético é uma importante ferramenta adicional para o diagnóstico. Não se trata de um resultado definitivo, mas uma vez identificada, o paciente pode consultar um médico especialista e adotar cuidados preventivos, podendo reduzir o risco de ter a doença,” afirmou Ricardo. 

 

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!