réveillon

Fone de ouvido para cães é aposta para minimizar som dos fogos de artifício

Barulhos estrondosos acompanhados de faíscas reluzentes podem gerar desconforto para os animais de estimação

Por Nubya Oliveira
Publicado em 29 de dezembro de 2022 | 12:37
 
 
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Após dois anos sem as tradicionais queimas de fogos na virada do ano por causa da pandemia, os donos de pets voltam a se preocupar com os riscos provocados pelo som dos explosivos de efeito pirotécnico. Os barulhos estrondosos acompanhados de faíscas reluzentes podem gerar desconforto para os animais de estimação. 

Os cães são os mais afetados, uma vez que possuem a audição bem mais aguçada, ouvindo cerca de quatro vezes mais alto do que os humanos. Os cachorros ainda têm orelhas que funcionam como antenas parabólicas que captam melhor o som, tornando-o ainda mais potente. 

Para mostrar que estão incomodados, os caninos emitem diferentes sinais. “O animal tenta se esconder, pode ter até vômitos, diarreia, tremores e vocalização, porém é passageiro. Caso estes sintomas se prolonguem ou o ‘pet’ apresente convulsões, é hora de correr para o veterinário”, explica Lysandra Barbieri, médica veterinária e Analista de Educação Corporativa da Cobasi.

Os cães, no entanto, não são os únicos animais de estimação que sofrem com o excesso de sons. Gatos, aves, roedores e até cavalos também são afetados pelo barulho de fogos. “Em casos nos quais a explosão esteja muito próxima, é possível até romper o tímpano do animal. Ainda, alguns podem se machucar no momento da fuga, ou até mesmo terem taquicardias a ponto de irem parar no hospital veterinário,” alerta a especialista. 

Para amenizar os efeitos dos barulhos provocados pela queima de fogos de artifício no Réveillon, a médica veterinária faz algumas recomendações:

  • Manter o animal em um cômodo mais silencioso e confortável;
  • Não prendê-lo, pois ele pode tentar fugir e se machucar;
  • Colocar algodão no ouvido do animal, que deve ser retirado logo depois;
  • Deixar a TV ligada no momento da virada;
  • Estar presente, pois a companhia humana acalma o animal.

Solução tecnológica 

Uma outra forma de amenizar os impactos dos sons é a utilização de fones de ouvido. A DogPhones é uma das empresas que vendem o acessório. “Os nossos fones são abafadores que promovem uma supressão muito grande do som externo, do som ambiente,” conta Pedro Mancini, fundador da DogPhones. 

Segundo o empresário, os acessórios possuem três tamanhos: pequeno, médio e grande, e custam R$ 249,90. “A gente divide eles pelo peso do animal, que é a forma mais fiel para você definir qual tamanho correto para cada tipo de raça. O pequeno, para cães de até 3,5 kg; o médio, de 3,5 kg até 13,5 kg; e acima dos 13,5 kg, o grande,” enfatiza Mancini. 

Leis proibitivas

Em muitas capitais, o ponto alto da celebração terá que ser silencioso. Isso porque existem leis que proíbem a utilização de fogos de artifício barulhentos. As legislações são voltadas para o benefício da saúde auditiva de idosos, recém-nascidos, crianças, autistas e pessoas com sensibilidade na audição, além dos animais. 

Em Belo Horizonte, Macapá, Campo Grande, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre só é permitido o uso de fogos silenciosos. No Recife, o veto de fogos com poluição sonora vale somente para eventos públicos. Já em Fortaleza, a proibição é para qualquer tipo de evento.

 

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