As drogas que surgiram para curar passaram a ser uma das doenças mais grave dos últimos tempos. Muitas vezes, a pressão ou a curiosidade é o que leva as pessoas ao mundo das drogas. Elas nem imaginam que estão entrando em um caminho que às vezes pode ser sem volta. Alguns só percebem que a curiosidade mata quando chegam ao fundo do poço e aí o que mais desejam é sair. Mas essa subida pode ser tornar difícil e a força de vontade é essencial.
Um número cada vez maior de instituições trabalha para ajudar dependentes e suas famílias a se livrarem das drogas. Um exemplo é a Associação Brasileira Comunitária para a Prevenção do Abuso de Drogas (Abraço), em Belo Horizonte, que atendeu a 3,2 mil pessoas somente de janeiro a junho deste ano. A maioria deles, segundo a psicóloga Maria Regina Ziviane, com idades entre 17 e 30 anos. Além da prevenção, a entidade oferece tratamento ambulatorial com acompanhamento de especialistas para ajudar no processo de recuperação. O tratamento é feito uma vez por semana por, no mínimo, cinco meses.
Segundo a psicóloga, o dependente químico tem que ter consciência que está doente e procurar ajuda. Ainda de acordo com Maria Regina, a boa informação e orientação são armas essenciais para prepvenir e combater a dependência. "Com elas poderemos alcançar inúmeras e importantes vitórias", diz.
Com 35 anos, um vendedor de BH que passa pelo tratamento afirma que, após iniciar o processo, sua vida já mudou. "Já senti muita diferença, tudo está mudando, minha vida está voltando a ser normal", conta. O vendedor revela que entrou no mundo das drogas com 13 anos, por curiosidade e pela influência de amigos, e usou várias delas, como cocaína, crack, maconha e álcool, até cinco vezes por semana.
Desde então, sua vida só piorou. "Já fui assaltado, preso e internado. Se as drogas não tivessem entrando na minha vida, estaria muito melhor financeiramente, meus relacionamentos teriam durado, além de deixar minha família mais tranqüila e feliz", desabafa. "Não aconselho ninguém a usar drogas. Mas, se entrou e quer sair, é preciso acreditar em si mesmo. O caminho certo é sempre o mais difícil", ressalta.
A melhoria da qualidade de vida também é a meta da Associação Mineira de Pais e Amigos para Prevenção e Recuperação do Abuso de Drogas (Ampare), em BH, que atendeu cerca de 300 pessoas desde o início do ano. Segundo Ricardo Avelar, 56 anos, agente educacional da entidade, conta que o tratamento na instituição, com média de nove meses de duração, passa por processos de desintoxicação, conscientização e ressocialização. "É importante a pessoa admitir que é impotente perante a droga ou ao álcool e que perdeu o controle da minha vida", diz.
Avelar conta que ele mesmo foi usuário de drogas durante 39 anos. "Comecei aos 13 anos e, quando percebi, já estava consumido todos os tipos. Não consiguia viver sem drogas", observa. "Cheguei a roubar, traficar, já fui preso, perdi duas mulheres. Vivia um inferno", salienta. Aos 52 anos, ele decidiu procurar ajuda e se internou na Ampare. "Hoje, tenho bom relacionamento com meus filhos, casei novamente e acredito que tenho a missão de ajudar pessoas que sofrem do mesmo mal que sofri", comemora. "Feliz o homem que possa juntar seus próprios pedaços e se tornar novamente um novo homem", conclui o agente.
Como essas instituições, diversas outras oferecem variados tipos de ajuda, tanto para a prevenção quanto para o tratamento da dependência, por meio de palestras, cursos, desintoxicação e suporte psicológico. No site da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do governo federal, no endereço www.senad.gov.br, por exemplo, é possível encontrar uma lista com diversas entidades, governamentais ou não, que atuam na área, desde aquelas que oferecem meios de prevenção até instutições que se espepcializam na chamada redução de danos, uqe oferece meios de melhoria de vida aos dependentes.