Assassinato

Henry pediu socorro enquanto mãe estava no salão: 'Vem pra casa. O tio bateu'

A situação narrada foi extraída do depoimento obtido com exclusividade pelo jornal “O GLOBO

Por Da redação
Publicado em 15 de abril de 2021 | 14:34
 
 
 
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Enquanto o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, relatava à mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva, em videoconferência, que o marido dela e vereador Jairo Souza Santos Júnior, vulgo “Dr. Jairinho”, mantinha uma rotina de agressões contra ele, a mulher lavava o cabelo, cuidava das unhas de acrigel e realizava embelezamento de pés e mãos.

Enquanto isso, uma das profissionais que a atendia testemunhou a ligação e viu que a criança, que seria morta poucos dias depois, chorando, perguntou se estava atrapalhando a mãe. Também, Henry contou da briga com o padrasto e perguntou se Monique poderia voltar à casa onde viviam, no Rio de Janeiro. Momentos depois, a mãe do menino telefonou para Dr. Jairinho e, gritando, repreendeu a atitude do marido. Ambos estão presos preventivamente suspeitos de terem parte no assassinato de Henry.

A situação narrada foi extraída do depoimento da cabeleireira que acompanhou a cena à 16ª Delagacia de Polícia do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca. O documento foi obtido com exclusividade pelo jornal “O GLOBO”, e divulgado nesta quinta-feira (15). Os fatos ocorreram, de acordo com ela, por volta das 16h30 do último 12 de fevereiro. “Mamãe, vem pra casa. O tio bateu, o tio brigou. Mamãe, o tio disse que eu te atrapalho”, teriam sido algumas das frases ditas por Henry durante a videochamada, conforme a profissional testemunhou.
 

“Você nunca mais fale que meu filho me atrapalha, porque ele não me atrapalha em nada", teria dito Monique pouco depois da situação, em ligação a Dr. Jairinho, levantando a voz. “Você não vai mandar ela (a babá) embora, porque se ela for embora, eu vou junto. Porque ela cuida muito bem do meu filho. Ela não fez fofoca nenhuma. Quem me contou foi ele”, diz o depoimento.

O vereador, então, teria respondido algo que a cabeleireira não conseguiu ouviu, e, Monique, rebateu: “Quebra, pode quebrar tudo. Você já está acostumado a fazer isso.” Monique voltou ao local por mais duas vezes, sendo que uma delas ocorreu no dia seguinte ao sepultamento de Henry. No dia, ela fez manicure, pedicure e escova nos cabelos, conforme o documento divulgado pelo jornal. A profissional reforçou que ela estava “abatida”.

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