Rio Grande do Sul

Madrasta de Bernardo mostra frieza em depoimento, diz polícia

Delegada diz que ainda faltam detalhes para esclarecer morte do garoto


Publicado em 22 de abril de 2014 | 22:05
 
 
 
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Três Passos. A madrasta do garoto Bernardo Boldrini, 11, encontrado morto na semana passada em Frederico Westphalen (RS), foi ouvida pela delegada que dirige a investigação sobre o crime. O depoimento ocorreu na segunda-feira, em uma sala do presídio onde a suspeita, Graciele Ugolini, está presa. Não foi revelado em qual penitenciária ela está.
 

A delegada Caroline Machado não deu detalhes do que foi dito na ocasião nem revelou se Graciele se declarou inocente, mas contou que a madrasta suspeita de ter matado o enteado com uma injeção letal não chorou e, segundo a policial, se mostrou “tranquila”.

Graciele é a principal suspeita da morte de Bernardo. Uma amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, e o pai do garoto, Leandro Boldrini, também estão presos sob suspeita de participação no assassinato.

O advogado da madrasta, Vanderlei Pompeo de Mattos, disse que o depoimento foi encerrado rapidamente porque ela estava muito abalada e sem condições de falar. Mattos, que assumiu o caso no último fim de semana, afirmou que ainda não conversou de maneira detalhada com Graciele sobre as suspeitas levantadas contra ela pela polícia.

Investigação. Em entrevista na manhã desta terça, a delegada afirmou que faltam “detalhes” para esclarecer a morte de Bernardo. A polícia diz trabalhar para “individualizar” a participação de cada um dos três suspeitos no crime. A investigação aponta que o crime foi premeditado.

Em depoimento à polícia, revelado pelo jornal “Zero Hora” no fim de semana, Edelvânia afirmou que recebeu R$ 6.000 de Graciele para ajudar no assassinato. Ela ainda disse, segundo a reportagem, que a madrasta já havia tentado matá-lo anteriormente por sufocamento com um travesseiro.

Caroline Machado se mostrou irritada com a divulgação desse depoimento na mídia e afirmou que isso prejudicou a investigação. O caso corre sob segredo de Justiça. “Não sei se a versão (relatada no depoimento) é a verdadeira. Tenho que, com outros elementos, verificar”, disse a delegada.

Provas. Leandro Boldrini também já foi ouvido pela polícia. O advogado dele, Jader Marques, disse nesta terça que pode afirmar “com tranquilidade” a inocência do cliente. “Ainda não encontrei elementos para uma acusação formal contra o meu cliente”, disse.

Marques disse também que a polícia até agora não mostrou provas do envolvimento de Leandro no assassinato. A delegada, porém, diz ter convicção da participação dele, mas afirma que não pode revelar as provas, e apenas informou que o pai não estava na cena do crime.

Cronologia do caso

4 de abril.  14 de abril. Pai diz que menino foi passar fim de semana com amigos. Ainda, polícia rodoviária multou madrasta por excesso de velocidade na estrada para o local onde o corpo foi encontrado. Garoto estava no carro.

 5 de abril. Pai e madrasta vão a uma festa.

6 de abril. Pai comunica à polícia o sumiço de seu filho, se referindo a ele como “garoto”.

14 de abril. Encontrado corpo do menino. 15 de abril.

15 de abril. Pai, madrasta e assistente social são presos.

18 de abril. Surge a informação de que Bernardo teria tomado injeção letal.

20 de abril. Assistente social conta que madrasta havia pagado R$ 6.000 por ajuda na morte do menino. Dinheiro foi usado para pagar apartamento de R$ 96 mil.

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