Rio de Janeiro

Militares são presos suspeitos da morte de Marielle Franco

O policial militar reformado Alan de Morais Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, e o ex-bombeiro Luiz Cláudio Ferreira Barbosa expulso da corporação em 2006, foram presos na manhã desta terça-feira

Por Estadão conteúdo
Publicado em 24 de julho de 2018 | 12:14
 
 
 
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Um policial militar reformado e um ex-bombeiro milicianos presos na manhã desta terça-feira, 24, acusados da morte de duas pessoas em fevereiro do ano passado na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, serão ouvidos também pelas autoridades da Delegacia de Homicídios sobre a morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março, no Estácio, no Centro. “Foi apontado que os dois, de alguma maneira, teriam participado do caso Marielle”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Willians Batista.

O policial militar reformado Alan de Morais Nogueira, conhecido como Cachorro Louco, e o ex-bombeiro Luiz Cláudio Ferreira Barbosa expulso da corporação em 2006, foram presos na manhã desta terça-feira, 24, acusados do assassinato de duas pessoas em Guapimirim, na Baixada Fluminense, em 25 de fevereiro do ano passado, a mando do líder miliciano e ex-PM Orlando Oliveira de Araujo, o Orlando Curicica. O crime seria um acerto de contas entre milicianos.

De acordo com o delegado, a mesma testemunha que forneceu às autoridades os detalhes sobre o crime de Guapimirim é quem tem ajudado os policiais na investigação da morte da vereadora do PSOL.  “Os dois serão ouvidos sobre o caso Marielle”, garantiu o delegado. “Mas não posso dizer se estavam no carro (dos assassinos) porque não tive acesso ao depoimento da testemunha no caso Marielle"

De acordo com as investigações da DH, os policiais José Ricardo da Silva e Rodrigo Severo Gonçalves foram mortos em uma emboscada em um sítio em Guapimirim, que pertenceria a Curicica. Os corpos, no entanto, foram encontrados carbonizados em Brás de Pina, na zona norte.

Imagens da concessionária Rio-Teresópolis obtidas pela polícia mostram um Honda Civic, que seria de Alan, escoltando o carro em que estavam os dois corpos. Horas depois, o carro é visto retornando para Guapimirim. Com os presos desta manhã, a polícia apreendeu também o carro usado na escolta e vinte celulares, que seriam usados para desviar o monitoramento da polícia.

O advogado Leonardo Lopes, que defende o PM reformado Alan Nogueira, esteve na DH nesta manhã e negou a participação de seu cliente com o caso Marielle: “Ele desconhece totalmente. Meu cliente não sabe nem o que está acontecendo”, disse. Ele também negou a relação de seu cliente com Orlando Curicica, que está preso num presídio de segurança máxima no Nordeste. “Estamos tentando acesso ao inquérito”, disse.

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