Minas Gerais soma 677 possíveis casos de dengue nos primeiros 14 dias de 2020 – uma média de 48 ocorrências por dia – e investiga uma morte que pode ter sido causada pela doença. No ano passado, quando houve uma epidemia de dengue no Estado, registrou-se, em janeiro, 16.179 casos – e 522 a cada dia. Neste ano, a expectativa é que Minas não sofra com um surto da enfermidade. Já o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, no Sudeste, e todos os Estados do Nordeste estão sendo monitorados pelo Ministério da Saúde, que fez alerta ontem sobre o risco de aumento de casos da doença. 

“O alerta ocorre porque, no fim de 2018, o tipo 2 do vírus da dengue voltou a circular depois de dez anos e vem encontrando populações suscetíveis à doença desde então. Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele. O sorotipo 2 que está circulando em algumas regiões do Brasil, tem um potencial de vírus maior de manifestação grave”, explicou a pasta em nota. 

Foi o vírus tipo 2 que provocou a epidemia em Minas no ano passado, quando foram registradas 483.429 ocorrências. Até então, os maiores surtos haviam ocorrido em 2013, com 414.748 registros, e em 2016, com 517.830 ocorrências. 

O médico infectologista Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, lembra que as crises são cíclicas. “É improvável que a gente tenha uma epidemia tão grave como a de 2019, pois muitos já tiveram contato com esse vírus”, avalia Tupinambás. Mesmo assim, cuidados como a limpeza de lotes, quintais, ruas, praças e parques devem ser mantidos, assim como as campanhas dos governos federal, estaduais e municipais, recomenda ele. 

O Ministério da Saúde também reforça a necessidade de manter a mobilização nacional contra a proliferação do Aedes aegypti, mosquito vetor da doença, durante todo o ano, e não apenas nos períodos críticos, de chuva e calor.

Febre amarela
Sul e Sudeste têm mortes de macacos

Ao menos 38 macacos morreram por febre amarela de julho de 2019 a 8 de janeiro deste ano e mais de 1.000 mortes suspeitas de primatas foram investigadas, de acordo com um boletim epidemiológico divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. A maior parte das mortes (89,5%) foi registrada no Paraná, que teve 34 casos. São Paulo registrou 7,9% dos casos e Santa Catarina, 2,6%. Segundo o ministério, os três Estados tiveram baixa cobertura vacinal.

A morte dos animais serve como alerta de que a doença pode voltar às regiões Sul e Sudeste. De julho de 2019 a 8 de janeiro deste ano, 327 casos suspeitos de febre amarela em humanos foram notificados ao ministério, mas apenas um foi confirmado, no Pará. Entre janeiro e junho de 2019, 14 pessoas morreram devido à febre amarela no Brasil. Doze delas no Estado de São Paulo.