Espiritismo

Nosso Lar , a colônia espiritual revelada por Chico Xavier

O cineasta Wagner de Assis afirma que longa não é doutrinário

Por ANA ELIZABETH DINIZ
Publicado em 30 de agosto de 2010 | 20:48
 
 
 
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Contar uma boa história "que fala sobre a condição humana". Esse foi o desafio e o que estimulou o cineasta Wagner de Assis, 39, a filmar o livro "Nosso Lar", ditado pelo espírito de André Luiz e psicografado pelo médium Chico Xavier. Desde o lançamento de sua primeira edição, em 1944, já foram vendidos dois milhões de exemplares, mas estima-se que pelo menos 12 milhões de pessoas já leram e estudaram o livro que se tornou uma espécie de "bíblia" do espiritismo.

"Nosso Lar", o filme, que estreia dia 3 de setembro, custou mais de R$ 20 milhões, sem lei de incentivo cultural, "exceto uma pequena parcela da Fox e empresas que acreditaram no potencial do livro", conta Wagner, que encontrou certa resistência em encontrar patrocinadores que não queriam atrelar a imagem de suas empresas ao espiritismo.

É uma megaprodução. Mais de 5.000 pessoas participaram do projeto que teve, em alguns momentos, quase 2.000 figurantes em um só dia, principalmente nas cenas do Umbral (região para onde vão os espíritos malfeitores). Os efeitos especiais consumiram nove meses de trabalho, envolveram 90 profissionais, geraram mais de 300 imagens e foram produzidos pela canadense Intelligent Creatures ("Sr. e Sra. Smith" e "Hairspray"), para que a colônia espiritual ganhasse as dimensões descritas no livro. A direção de fotografia é de Ueli Steiger ("O Dia Depois de Amanhã"). Philip Glass assina a trilha sonora, com participação da Orquestra Sinfônica Brasileira.

O diretor - que se intitula espírita, cristão, ecumênico - ressalta que "os efeitos especiais foram necessários apenas para dar credibilidade a este outro mundo, o espiritual, mas é evidente que não são mais importantes que a história que deve ser vista com os olhos e com o coração".

Wagner garante que o filme não é religioso, dogmático ou proselitista. "Trata de um tema universal e foi um desafio dramático e de técnica porque se passa em um plano espiritual, um novo ambiente em que o personagem tem que encarar o dilema de questões humanas milenares como quem eu sou, qual o sentido da minha vida, a lei de ação, reação e sintonia que envolve o mundo dos espíritos, trabalho, merecimento, desapego da riqueza e de coisas terrenas e a saudade da família".

Segundo o diretor, o filme que mostra a vida após a vida contempla o processo de transformação desse homem (André Luiz) nesse novo ambiente. "Mas ele traz os resquícios do que viveu na Terra e tem o desafio de consertar as coisas que aconteceram no passado, quando esteve encarnado. Colhemos aquilo que plantamos, somos responsáveis pelo que fazemos. São leis éticas morais e espirituais presentes em qualquer religião. Não quis e não quero convencer ninguém, apenas contar uma história poderosa e consagrada", diz Wagner.

Filmar "Nosso Lar" foi um desafio para o diretor, que sempre admirou a história de uma vida em outra dimensão espiritual. "Foi a possibilidade de executar tecnicamente essa história e dar a ela o que ela merece. Tudo foi caminhando sem atropelos. Espero que o público goste e abrace essa história. E que o filme faça boa carreira", espera o diretor.

 

 

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