Depois que o andador passou a ser desaconselhado pelos pediatras, muitos pais abriram mão do equipamento para preservar a saúde dos filhos. Hericka Parreiras de Araújo é mãe de três meninas: Bárbara, 8, Marcela, 2, e Isadora, 1. Ela conta que a primeira filha chegou a ganhar um andador de presente, mas depois dos conselhos da pediatra, ela preferiu não usar.
Acabei trocando por uma cadeira de refeição. Nenhuma das três usou justamente porque a pediatra não recomendava. Na época ela me falou que o andador podia deixar o pezinho e as perninhas tortas, conta.
Mas, se a pediatra não tivesse desaconselhado, ela usaria? Se não houvesse contraindicação eu acho que usaria como um brinquedo para as meninas. Mas eu acho que dá para ficar sem, com certeza.
Há quem tenha optado pelo andador a despeito da opinião do pediatra. Maria Regina Parrela, 36, diz que seu filho, Alexandre, hoje com 2 anos e meio, usou o andador durante quase cinco meses. A pediatra me disse que não era bom. Como ele tinha ganhado da avó, decidi usar. Mas nunca deixei por muito tempo, no máximo, uma hora por dia, conta a professora universitária. Segundo ela, Alexandre andou com um ano e dois meses e não teve nenhum comprometimento no desenvolvimento. Não afetou em nada.
A presidente do Comitê de Neuropediatria da Sociedade Mineira de Pediatria, Marli Marra, acredita que a pesquisa feita na Universidade Federal de Juiz de Fora é importante para balizar novos trabalhos. O que achei mais interessante foi a constatação de que o brinquedo não prejudica a parte motora. É o primeiro trabalho feito com mais cuidado, diz.
Contudo, Marli Marra, afirma que é importante para o desenvolvimento neurológico do bebê rolar, engatinhar, colocar-se de com apoio para depois começar a anda. Os pais acham que vão estimular a parte motora, o que não é verdade. Não adianta querer adiantar o desenvolvimento da criança, alerta.