sem Quórum

Parada há 4 meses, CPI da Petrobras no Senado cancela nova reunião

Conhecida como CPI chapa branca por reunir apenas aliados da presidente Dilma Rousseff -sem nenhum membro da oposição-, a comissão de inquérito foi prorrogada na última sexta até dezembro

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 12 de novembro de 2014 | 12:22
 
 
 
normal

Depois de quatro meses sem realizar nenhuma reunião, a CPI da Petrobras do Senado cancelou nesta quarta-feira (12) mais uma sessão por não haver número de senadores suficientes presentes para aprovar os pedidos de audiências, quebras de sigilos e convocações.

Conhecida como "CPI chapa branca" por reunir apenas aliados da presidente Dilma Rousseff -sem nenhum membro da oposição-, a comissão de inquérito foi prorrogada na última sexta (7) até dezembro.

Os integrantes da comissão deflagraram uma "operação padrão" para não retomar os trabalhos e concentrar as atividades apenas na CPI mista da Petrobras, com deputados e senadores. O Planalto não quer duplicar depoimentos, nem investigações, sobre o esquema de corrupção na estatal.

Apenas quatro senadores compareceram à sessão nesta quarta, número insuficiente para a análise de requerimentos.

Presidente da CPI, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse esperar ao menos a apresentação do relatório final da comissão de inquérito do Senado. O relator é o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE). Vital preside as duas CPIs da Petrobras do Congresso.

"Nós tentamos hoje, mais uma vez, organizar uma sessão deliberativa depois do esforço que eu fiz para conciliar os calendários da CPI com o da CPMI [comissão mista]. Eu espero que até o final do ano legislativo nós possamos ter um relatório que posa sistematizar os resultados obtidos", afirmou.

Prorrogação

Vital agiu pessoalmente, na semana passada, para garantir a prorrogação da "CPI chapa-branca", que deveria ter encerrado os trabalhos no domingo (9). Sob a orientação do peemedebista, técnicos do Senado coletaram às pressas, por e-mail, as assinaturas que garantiram o funcionamento da comissão até o final do ano.

Nos bastidores, o PMDB trabalhou pela prorrogação da CPI do Senado como uma resposta à manobra do Planalto contra a continuação dos trabalhos.

A relação do PMDB com o governo sofreu danos desde as eleições, quando vários peemedebistas ficaram magoados com o tratamento recebido pelo Planalto nas campanhas e alianças estaduais -mesmo sendo o maior aliado do governo no Congresso. O partido também pressiona Dilma para ampliar seu espaço no primeiro escalão do governo.

A reportagem apurou que Pimentel não apresentou um calendário de trabalhos para a CPI, nem o relatório final das atividades da comissão de inquérito. Diante a disposição do governo em enterrar a comissão, o PMDB decidiu usar o fato como forma de pressão ao Planalto.

A última reunião da CPI do Senado ocorreu no dia 17 de julho. De lá para cá, nenhuma audiência ou votação de requerimento foi realizada pela comissão. A oposição abandonou os trabalhos pouco depois deles começaram como forma de pressionar pela criação da CPI mista da Petrobras, o que acabou ocorrendo.

Ao contrário da CPI do Senado, conhecida como "chapa branca" por ter apenas governistas, a comissão mista promete intensificar as investigações sobre técnicos que estariam ligados ao esquema de corrupção na Petrobras -embora seus membros tenham fechado um "acordão" para blindar políticos suspeitos de participação nas fraudes.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!