A presidente Dilma Rousseff classificou como “barbáries antidemocráticas” os atos de agressão e depredação ocorridos na noite de sexta-feira (25) em São Paulo, durante manifestação pelo passe livre no transporte público da cidade. Via Twitter, a presidente, que criticou diretamente os black blocs, prestou solidariedade ao coronel da Polícia Militar de São Paulo Reynaldo Simões Rossi “agredido covardemente por um grupo de black blocs em SP”.
Além da agressão, o coronel da PM teve arma e rádio roubados. O aparelho foi recuperado ontem, mas a arma seguia desaparecida. O militar teve a clavícula quebrada, escoriações no rosto e na cabeça e foi levado a um hospital. Ele recebeu alta neste domingo (26).
“Agredir e depredar não fazem parte da liberdade de manifestação. Pelo contrário. São barbáries antidemocráticas. A violência cassa o direito de quem quer se manifestar livremente. Violência deve ser coibida”, escreveu Dilma na rede social. A presidente cobrou das forças de segurança “a obrigação de assegurar que as manifestações ocorram de forma livre e pacífica”.
Dilma cobrou ainda, da Justiça, a punição para “abusos, nos termos da lei” e ainda pôs o governo federal “à disposição do governo de São Paulo” para o que for necessário. As mensagens foram postadas por volta das 11h30 deste domingo.
‘Marginais’
O porta-voz do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar, major Mauro Lopes, afirmou neste domingo que o coronel Rossi está se recuperando, mas “está ainda um pouco abalado”.
Lopes afirmou que, anteontem, a cidade foi violentada “por um bando de delinquentes e marginais”. “O Estado vai dar uma resposta muito forte a esse bando de criminosos”, disse.
Segundo ele, o ataque ao coronel foi covarde dado o perfil conciliador do militar. “O coronel Rossi tem um perfil negociador, conciliador. Não se esperava uma agressão tão covarde, tão conjunta”.
Um comerciário de 22 anos, morador de Perdizes, na zona Oeste de São Paulo, foi preso e acusado de participar das agressões ao coronel. O jovem será indiciado por tentativa de homicídio e por formação de bando e quadrilha.
No total, 92 pessoas foram detidas durante a manifestação, devido às depredações. Até o fim da tarde de ontem, oito pessoas ainda estavam presas.