Saúde

Postos vão receber médicos de 11 especialidades, promete Ministério da Saúde

A previsão é de investimentos da ordem de R$ 10,5 bilhões para fortalecer a saúde primária no país


Publicado em 09 de novembro de 2023 | 08:00
 
 
 
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Os postos de saúde do Brasil, atualmente com disponibilidade em sua maior parte de médicos generalistas, vão receber equipes multidisciplinares. A previsão do Ministério da Saúde é de investir R$ 10,5 bilhões em uma reestruturação da rede de saúde primária, sendo R$ 2 bilhões na ampliação das equipes, com a contratação de médicos de até 11 especialidades. A informação foi passada com exclusividade pelo secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes, em entrevista à FM O Tempo 91,7, em Brasília.  

“A partir de maio, as prefeituras podem contratar equipes compostas por infectologistas, endocrinologistas, dermatologistas, geriatras, psiquiatras, cardiologistas. São 11 especialidades médicas, mais nove especialidades multiprofissionais”, explica Nésio Fernandes. Ele explica que o processo faz parte de um plano maior para os postos de saúde em todo o país com base em uma meta do primeiro ano de governo Lula de estruturar as redes municipais. Além disso, há previsão de fechar o ano de 2023 com 130 mil credenciamentos de equipes e agentes comunitários de saúde. Um número jamais visto na história da Atenção Primária, segundo o secretário. 

Há previsão de um incremento de R$ 10,5 bilhões apenas no custeio da Atenção Primária. A meta do governo é de que em 2024, o Brasil tenha um programa de Atenção Primária altamente sustentável com financiamento federal. “Existem decisões na gestão pública que se você não toma no primeiro ano você não entrega ao longo de quatro anos”, destaca. 

O governo vai investir R$ 7 bilhões dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para construção de Unidades da Família. “A carteira que foi levantada pela ministra Nísia Trindade, decidida junto ao presidente é muito significativa do ponto de vista estruturante", destaca. 

Em Minas Gerais, a previsão do Ministério da Saúde é de que a pasta consiga estimular municípios a alcançarem o teto de equipes de Atenção Primária que é de 10 mil profissionais. Hoje o número está em 6,5 mil. "Se os municípios pedirem nós temos condições de credenciar uma rápida expansão do sistema em Minas", garante. 

Outro destaque são as equipes de saúde bucal. A previsão é de que o custo mensal de cada uma das equipes, que hoje varia de R$ 2,4 mil a R$ 4 mil por mês, fique entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. “Somos um dos poucos países que colocaram como responsabilidade do poder público a saúde bucal da população", aponta Nésio Fernandes. 

Em relação ao programa Mais Médicos, a meta é de que o número passe de 8 mil para 40 mil profissionais, sendo 23 mil deles atuando até o fim deste ano. "Se somarmos com os mais de 5 mil médicos do programa Médicos pelo Brasil que também é do governo federal estamos falando de perto de 29 mil profissionais atuando em 2023", destaca Nésio. 

O secretário acredita que o momento, após uma pandemia que mostrou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), seja o mais adequado para se investir na rede. "É preciso aproveitar o momento de encantamento do SUS para entregarmos resultados rápidos". Ele pondera que o Brasil ainda vive resquícios de um período de desastre epidemiológico jamais visto e que não pode ser esquecido. No entanto, destaca que o período de pandemia revelou a importância do sistema público de saúde. "Um sistema para atender a todos independentemente de extrato social e que é defendido por todos os campos políticos. Neste momento, no qual todos defendem o sistema público, precisamos entregar resultados", afirma. 

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