Extradição

Thiago Brennand chega ao Brasil neste sábado e vai passar a noite na PF

Empresário brasileiro acusado de crimes de estupro, ameaça, lesão corporal e cárcere privado vem dos Emirados Árabes. Ele fará exame de corpo de delito e dormirá em carceragem da PF, para audiência de custódia neste domingo


Publicado em 29 de abril de 2023 | 18:16
 
 
 
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O empresário Thiago Brennand, acusado dos crimes de estupro, lesão corporal, ameaça e cárcere privado, chegou ao Brasil no início da noite deste sábado (29), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

O voo da Air France veio dos Emirados Árabes, onde ele estava desde que foi emitida a ordem de prisão. Nas redes sociais, ele tem dito que é inocente.

Acompanhado por agentes da Polícia Federal, Brennand foi levado até a Superintendência Regional da Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, onde vai fazer exame de corpo delito e passar a noite enquanto aguarda a audiência de custódia amanhã. 

"A partir de então, a função da Polícia Federal acaba e ele está a disposição da Justiça", disse Ricardo Sancovich, delegado da Polícia Federal, chefe da Interpol em São Paulo. na qual um juiz limita-se a perguntar ao acusado se houve ilegalidades na execução de sua prisão. 

Cinco ordens de prisão e oito processos criminais

Acusado de violência física e sexual contra mulheres e com cinco mandados de prisão expedidos, ele tem oito processos criminais na Justiça paulista. Desde setembro de 2022, quando a juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, emitiu a primeira ordem de prisão contra Brennand, ele está nos Emirados Árabes.

Em 16 de abril, a Secretaria Nacional de Justiça, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, confirmou que os Emirados Árabes Unidos autorizaram a extradição, atendendo ao pedido da Justiça brasileira.

Desembarque da PF em Dubai

Uma equipe da Polícia Federal desembarcou na quinta-feira (27), em Dubai, nos Emirados Árabes, para a etapa final do processo de extradição do empresário. Por causa do histórico de violência, havia a possibilidade de Brennand viajar algemado.

Agentes da PF confirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo a viagem de um delegado e dois agentes da corporação, além de um agente com treinamento de jiu-jitsu para escoltar Brennand até o Brasil.

Normalmente, a escolta de cidadão brasileiro extraditado é feita por dois agentes da PF. O reforço na equipe deve-se ao histórico de violência do detento, que também responde a processos por agressão. Em redes sociais, Brennand apregoava ser lutador e professor de jiu-jitsu. 

Sem falar com a imprensa

Advogados o acompanham Três advogados de Recife chegaram para acompanhar o empresário, além de Eduardo Cesar Leite, que já está à frente dos processos criminais de São Paulo. Além disso, um perito e um membro de consulado aguardam o empresário no local. 

Questionados pela imprensa, os três advogados não quiserem dar entrevista. Eles devem acompanhar os primeiros momentos de Brennand em solo brasileiro. No domingo, 30, ele passará por audiência de custódia e será entregue ao sistema prisional estadual. 

Após Brennand desembarcar em Guarulhos, o ministro da Justiça Flávio Dino comentou a extradição, qualificando o empresário como "notório agressor de mulheres".

Entenda o caso

Thiago Brennand estava preso em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, desde o último dia 17, aguardando os últimos trâmites da sua extradição. Esta foi solicitada pela 1ª e 2ª Varas Criminais da cidade de Porto Feliz, no interior paulista, da 6ª e da 30ª Vara Criminal de São Paulo.

O empresário saiu do Brasil em direção ao país em setembro do ano passado, poucos dias antes da juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, expedir a sua primeira ordem de prisão. 

O caso ganhou grande repercussão depois que a modelo Helena Gomes veio a público denunciá-lo. Brennand foi flagrado por câmeras de segurança agredindo-a dentro de uma academia em São Paulo em agosto do ano passado.

Depois da denúncia de Helena, outras mulheres se sentiram encorajadas a denunciar o empresário. Há relatos de ameaças, agressões físicas e verbais e estupro. Uma das vítimas foi tatuada à força com o sobrenome do empresário. (Agência Estado)

 

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