Sem alarde ou ampla divulgação, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou, nesta quinta-feira (21), nota em seu site pedindo para que o Ministério da Saúde retire o aplicativo "TrateCov", que receitava remédios sem comprovação de eficácia contra a Covid-19 até para bebês, do ar.
No texto, o Conselho afirma que decisão foi tomada após "análise feita por conselheiros e assessores técnicos e jurídicos", e cita cinco "inconsistências" encontradas na ferramenta governo federal. O aplicativo foi lançado recentemente com objetivo de auxiliar equipes médicas no combate à pandemia.
Leia o posicionamento do CRM na íntegra:
Após análise feita por conselheiros e assessores técnicos e jurídicos sobre o aplicativo TrateCov, recém lançado para auxiliar as equipes na coleta de sintomas e sinais de pacientes possivelmente infectados pela covid-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) alertou ao Ministério da Saúde sobre as seguintes inconsistências na ferramenta:
• Não preserva adequadamente o sigilo das informações;
• Permite seu preenchimento por profissionais não médicos;
• Assegura a validação científica a drogas que não contam com esse reconhecimento internacional;
• Induz à automedicação e à interferência na autonomia dos médicos;
• Não deixa claro, em nenhum momento, a finalidade do uso dos dados preenchidos pelos médicos assistentes.
Diante do exposto, o CFM pediu ao Ministério da Saúde a retirada imediata do ar do aplicativo TrateCov.