Irregularidades

Vídeo denuncia fraude na CPI da Petrobras

Graça Foster e mais dois ex-diretores da estatal tiveram acesso antecipado às perguntas e foram treinados sobre como deveriam respondê-las

Por Da redação
Publicado em 02 de agosto de 2014 | 16:02
 
 
 
normal

Representantes da Petrobras receberam com antecedência o "gabarito" com perguntas e respostas às questões que lhes seriam feitas na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada no Senado para apurar irregularidades na estatal, segundo reportagem publicada na revista "Veja" desta semana.

De acordo com a publicação, a presidente da empresa, Graça Foster, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró tiveram acesso antecipado às perguntas e foram treinados pela equipe da companhia sobre como deveriam respondê-las.

A revista baseia a informação em um vídeo que flagra uma conversa entre José Eduardo Barrocas, chefe do escritório da Petrobras em Brasília, e Bruno Ferreira, advogado da estatal.
No diálogo, registrado com uma câmera escondida numa caneta por um terceiro personagem, não identificado, os dois dão detalhes do acerto, segundo a revista.

De acordo com a conversa gravada, o senador José Pimentel (PT-CE), relator da CPI, repassou o "gabarito" a Graça Foster, usando como intermediário José Eduardo Dutra, diretor Corporativo e de Serviços da estatal. No vídeo, Barrocas afirma ainda que parte das perguntas que compunham o roteiro a ser executado na comissão foi formulada pelo assessor da Secretaria de Relações Institucionais, Paulo Argenta, segundo a publicação.

Pasadena

Um dos objetivos da comissão criada no Senado é investigar irregularidades cometidas na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, operação que foi aprovada quando a presidente Dilma Rousseff comandava o Conselho de Administração da estatal.
Dilma desencadeou uma crise política ao afirmar que votou a favor da aquisição com base num relatório "falho", que omitia informações importantes sobre o contrato. O relatório fora elaborado pelo ex-diretor Cerveró.

A CPI foi criada em 14 de maio no Senado e foi composta por congressistas alinhados ao Palácio do Planalto. Em um boicote à comissão, a oposição não indicou parlamentares.
O deputado Mendonça Filho, líder do DEM na Câmara dos Deputados, afirmou que irá requisitar a anulação dos depoimentos de Foster e Gabrielli à CPI e a reconvocação dos dois. Disse ainda que irá pedir a convocação de Paulo Argenta e do ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini.

Questionada sobre a participação de Argenta na formulação das perguntas para a CPI, a assessoria de imprensa da Presidência da República afirmou apenas que "não irá comentar".
A Petrobras não respondeu os questionamentos da Folha de S.Paulo até o início da tarde de hoje. O senador Pimentel e os demais integrantes da comissão no Senado não responderam aos contatos feitos. 

Folhapress

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!