Em Brasília

Manifestantes dizem que ‘QG agora é na Esplanada’ e pedem código-fonte das urnas

Apoiadores de Bolsonaro ocupam Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em protesto contra a posse e o governo do presidente Lula

Por Lucyenne Landim
Publicado em 08 de janeiro de 2023 | 11:35
 
 
 
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Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das eleições começam a chegar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), para o protesto marcado para este domingo (8). Até o final da manhã, ainda não era grande o volume de manifestantes que se deslocaram da frente do QG do Exército, distante cerca de 6km, até o local, mas o clima já se mostrava hostil.

Os manifestantes posicionados em frente ao Congresso Nacional defendem que o acampamento, que acontece há mais de dois meses na área militar, seja transferido para a Esplanada. “O QG agora é aqui”, gritaram em coro.

Há uma faixa estendida no chão que pede que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgue o código-fonte fonte das urnas eletrônicas, em uma tentativa de afastar a possibilidade de fraude na vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Só mostrem que a gente está errado (sobre fraude nas urnas) e mostrem o código-fonte”, apelou um manifestante. Apesar do pedido, é praxe da Justiça Eleitoral - e foi realizado antes da última eleição - a abertura dos códigos-fonte da urna eletrônica e de todos os programas do sistema eletrônico de votação.

A Esplanada dos Ministérios está totalmente fechada para veículos. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que faz a segurança do local junto à Força Nacional de Segurança Pública, confirmou que a medida foi tomada por conta do protesto marcado para este domingo. No espaço entre o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto está bloqueado também para pedestres. Em algumas entradas da Esplanada, policiais fazem revistas em bolsas e mochilas.

No sábado (7), caravanas com apoiadores de Bolsonaro chegaram em Brasília. Os manifestantes se mobilizaram em frente ao QG do Exército, mesmo local onde acampamentos foram montados desde o resultado do segundo turno eleitoral. A reportagem de O TEMPO flagrou ônibus que trouxeram manifestantes de outros estados estacionados próximos ao local e manifestantes circulando em via pública carregando malas.

No local, há grupos declarando que o QG do Exército havia se transformado em um "campo de guerra" e que haverá "guerra em Brasília" no protesto previsto para este domingo.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, voltou a pedir que os manifestantes façam atos pacíficos. Ele afirmou querer que a "lei prevaleça" e que "não haja crimes" ou "atos violentos" que exijam a atuação da polícia.

Dino declarou que a “'tomada do poder' pode ocorrer só em 2026, em nova eleição". A fala foi uma referência aos pedidos de "intervenção com Bolsonaro no poder" feito pelos manifestantes de forma recorrente em protesto ao governo Lula da Silva.

O ministro disse estar em Brasília para acompanhar os registros e avisou que já conversou com governadores. No sábado (7), Dino confirmou ter feito contato com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sobre a manifestação, além de ter emitido orientações ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal.

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