Eleições 2024

Saiba quem são os pré-candidatos à prefeitura das capitais da Região Sul do país

Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre têm juntas, até agora, dezenas de pessoas dispostas a governá-las a partir de 2025; conheça os principais nomes

Por Hédio Júnior
Publicado em 22 de abril de 2024 | 07:00
 
 
 
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As eleições para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores deste ano vão ocorrer em todo o país - com exceção do Distrito Federal e de Fernando de Noronha (PE) - em 6 de outubro. Já nos municípios com mais de 200 mil eleitores, e onde um dos candidatos não vencer com mais de 50% dos votos, a disputa entre os dois melhores colocados vai para o segundo turno, marcado para 27 de outubro.

Após a realização de convenções para escolhas e anúncios dos nomes dos candidatos e candidatas em 2024, partidos e agremiações terão até 15 de agosto para registrar na Justiça Eleitoral seus postulantes aos cargos no Executivo e Legislativo. Enquanto isso, as pré-candidaturas são anunciadas, muitas para sentir o termômetro das escolhas.

E são esses pré-candidatos que apresentamos a seguir em mais uma reportagem de O TEMPO Brasília sobre o pleito de outubro, desta vez nas capitais da Região Sul do Brasil: Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS). 

Curitiba

No reduto da Lava Jato, caciques da política paranaense, como os ex-prefeitos Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci (PSB), já começam a se articular de olho para voltar ao cargo. Atual vice-prefeito da cidade, Eduardo Pimentel (PSD), também sinaliza a intenção de continuar na prefeitura. 

No campo político à esquerda, o deputado estadual Goura (PDT), Zeca Dirceu (PT) e a deputada federal Carol Dartora (PT) aparecem entre os possíveis pré-candidatos, mas sem confirmação ainda pelas legendas.

O Partido dos Trabalhadores, que nunca ocupou a Prefeitura de Curitiba, quer manter a cabeça de chapa em uma possível candidatura, apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter uma baixa aprovação por lá. 

Mas quem pode mesmo balançar o cenário é o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo). Apesar de cassado em 2023, ele aparece com boa aceitação nas pesquisas de intenção de votos.

No mês passado, o PT tentou junto à Justiça Eleitoral retirar o nome dele dessas avaliações, mas um juiz eleitoral negou o pedido alegando que o ex-procurador da Lava Jato estivesse inelegível.

Veja quem são os possíveis pré-candidatos à prefeitura de Curitiba em 2024:

Beto Richa (PSDB)
Nascido em Londrina, no interior do Paraná, Beto tem 58 anos e é filho do ex-governador do Estado José Richa. Engenheiro Civil, já ocupou diversos cargos públicos, sendo um mandato de vice-prefeito e dois de prefeito. Também por dois mandatos assumiu o Governo do Paraná, sendo atualmente deputado federal. Ele se articula para ser o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na cidade. Em março, tentou se filiar ao PL, mas teve que voltar atrás após tucanos avisarem que não iriam liberar a desfiliação. 

Carol Dartora (PT)
Também nascida em Curitiba, a professora com formação em história é militante da Marcha Mundial das Mulheres e do Movimento Negro. Na última eleição municipal foi a primeira mulher negra eleita para a Câmara de Vereadores da capital, sendo a terceira mais votada. Aos 40 anos, se coloca como pré-candidata, apesar de o PT ainda não ter indicado quem será o indicado do partido. Outros nomes como o de Angelo Vanhoni, Renato Freitas e do deputado federal Zeca Dirceu também são cogitados.

Deltan Dallagnol (Novo)
Nascido em Pato Branco (PR), o ex-procurador da Lava Jato e deputado federal cassado em 2023 pode movimentar o cenário da disputa caso sua inelegibilidade de oito anos não seja confirmada. Em 2022, foi o deputado federal mais votado do Estado, cargo que ocupou por menos de cinco meses pelo Podemos. Em setembro de 2023, se filiou ao Novo, partido pelo qual pretende disputar à Prefeitura de Curitiba. 

Eduardo Pimentel (PSD)
Formado em administração e natural de Curitiba, o atual vice-prefeito é também secretário das Cidades. Na vice-prefeitura, chegou ao cargo em 2016 na chapa de Rafael Greca (PMN), reeleita quatro anos depois. Com 39 anos, o empresário é neto do ex-governador Paulo Pimentel e conta com o apoio do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), para ser o nome do partido em outubro.

Goura Nataraj (PDT)

Formado em filosofia e natural de Curitiba, é ativista da causa ambiental e tem 44 anos. Estreou na política em 2014, quando disputou uma vaga na Câmara dos Deputados, sem sucesso. Dois anos depois, se elegeu vereador da capital e em 2018, deputado estadual - cargo que ocupa desde então. Em 2020, disputou a prefeitura, ficando em segundo lugar.  

Luciano Ducci (PSB)
Deputado federal no quarto mandato, o presidente do PSB no Paraná, é médico, estudou administração pública, já foi secretário de Saúde e prefeito de Curitiba por um mandato. Aos 69 anos, ele ainda não confirmou a intenção, mas a tendência é que encaminhe seu nome à disputa da prefeitura.

Luizão Goulart (Solidariedade)
Com 61 anos, é presidente estadual do Solidariedade. Nascido em Jandaia do Sul (PR), trabalhou na lavoura e foi mecânico. Depois estudou filosofia e iniciou uma carreira como professor. Nos anos 2000, se elegeu vereador em Pinhais (PR) pelo PT e em 2008 venceu a disputa à prefeitura do município, cargo que exerceu por dois mandatos. Já em 2018, foi eleito deputado federal, mas não se reelegeu. 

Ney Leprevost (União Brasil)
Aos 50 anos, o administrador por formação fez carreira como apresentador de programas de rádio e TV. Natural de Curitiba, já foi vereador da cidade, deputado estadual por três mandatos e federal por um. Na gestão de Ratinho Junior atuou como secretário de Justiça, Trabalho e Direitos Humanos. Em 2022, se elegeu deputado estadual.  

Paulo Martins (PL)
Nascido em Presidente Venceslau (SP), o ex-deputado federal foi âncora como jornalista em programas de TV no Paraná. Declaradamente de direita, concorreu a uma cadeira no Senado depois de um mandato como titular na Câmara Federal, mas acabou derrotado por Sergio Moro (União Brasil). É cotado para concorrer à prefeitura caso o PL decida bancar uma candidatura própria após Beto Richa não conseguir se filiar à legenda no mês passado. 

Florianópolis 

Com a aproximação das eleições de outubro, os possíveis pré-candidatos a prefeito de Florianópolis já se movimentam para fechar alianças e compor chapas voltadas à disputa. Atual prefeito da cidade, Topázio Neto (PSD) deve tentar a reeleição com ao menos outros quatro nome.

Em seu primeiro mandato, o empresário tem como seu principal oponente de esquerda o deputado estadual Marquito (Psol). Ainda no campo esquerdista, devem participar do pleito Vanderlei Lela (PT) e Dário Berger (PSB). À direita, o possível pré-candidato é o deputado estadual Pedro Silvestre (PP).  

Um ponto que ainda não está definido é se a esquerda apresentará uma chapa única, uma vez que o PT pretende seguir com o nome do ex-vereador Lela e o PSB também discute candidatura própria, colocando o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) em palanques distintos.

Conheça quem deve tentar a Prefeitura de Florianópolis:

Dário Berger (PSB) 
De Bom Retiro, município do interior de Santa Catarina, o ex-prefeito de Florianópolis já foi também duas vezes prefeito de São José. Administrador, já trabalhou como office-boy e motorista, no ramo hoteleiro e em postos de gasolina. Entre 2015 e 2023, foi senador da República e deve se candidatar à prefeitura este ano com o apoio do ex-prefeito Gean Loureiro (União).

Marquito (PSol)
O engenheiro agrônomo e deputado estadual é o principal nome da esquerda na disputa pela Prefeitura de Florianópolis. Ativista agroecológico, se estabeleceu entre o eleitorado jovem ao debater temas como alimentação e direitos fundamentais junto à população. Também já foi vereador em um modelo conhecido como “Mandato Agroecológico”. 

Pedro Silvestre (PP)
Nascido em Florianópolis (SC), Pedro de Assis Silvestre, mais conhecido como Pedrão, tem 36 anos, e é formado em Administração Pública pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Foi vereador pelo Partido Progressista (PP) por dois mandatos em Florianópolis, entre 2013 e 2020, ano no qual também disputou a prefeitura pelo Partido Liberal (PL), alcançando o terceiro lugar na disputa. Agora Pedro Silvestre deve novamente ser candidato a prefeito de Florianópolis nas eleições 2024.

Topázio Neto (PSD) 
Aos 61 anos, o prefeito, nascido na cidade, é empresário e entrou para a vida pública em 2020 como vice-prefeito na chapa com Gean Loureiro. Em março de 2022, no entanto, Loureiro saiu do Democratas para concorrer ao governo de Santa Catarina pelo União Brasil. Diante da descompatibilização, Topázio assumiu o cargo de chefe do Executivo. Gean Loureiro não se elegeu. 

Vanderlei “Lela” Faria  (PT)
O PT decidiu lançar a pré-candidatura do ex-vereador Vanderlei “Lela” Faria, 44 anos, para prefeito de Florianópolis nas eleições municipais de 2024. Lela é graduado em gestão pública, foi eleito vereador duas vezes, em 2012 e 2016, além de ter exercido o cargo de secretário de Cultura de Florianópolis. O nome do ex-prefeito ainda será apresentado aos demais partidos da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e posteriormente aos partidos que formaram a Frente Popular em 2022.

Porto Alegre

No Rio Grande do Sul, as mulheres devem ser maioria na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre. Por lá se desenha um cenário de eleição polarizada entre siglas que se agrupam à direita e à esquerda. Até agora, apenas dois homens estão entre os possíveis postulantes, enquanto as mulheres somam cinco prováveis pré-candidaturas: Any Ortiz (Cidadania), Juliana Brizola (PDT), Luciana Genro (Psol), Maria do Rosário (PT) e Nadine Anflor (PSDB).

Com a aproximação do atual prefeito Sebastião Melo (MDB) ao PL de seu vice, Ricardo Gomes, a sigla tende a apoiá-los na reeleição. Enquanto isso, o PSDB, que tem o comando do estado com o governador Eduardo Leite, planeja lançar um candidato próprio em parceria com o Cidadania. Do mesmo lado mais conservador, o União Brasil também quer disputar a prefeitura. 

Confira os possíveis pré-candidatos a prefeito de Porto Alegre:

Any Ortiz (Cidadania)
Com 40 anos, nasceu na cidade de Canoas (RS) e mora em Porto Alegre. Formada em direito, se lançou na política partidária em 2012 e se elegeu vereadora na capital. Porém, na metade do mandato foi eleita deputada estadual e reeleita quatro anos depois. Em 2022, disputou e venceu uma vaga na Câmara dos Deputados. 

Juliana Brizola (PDT)
Neta do fundador do partido Leonel Brizola, tem 47 anos e é formada em direito. Atua na militância política desde a juventude e ocupou cargos na administração pública, como secretária municipal de Juventude. Em 2008, se elegeu vereadora por Porto Alegre e, dois anos depois, deputada estadual, cargo que ocupou por mais dois mandatos. Em 2020, tentou ser prefeita, mas perdeu. 

Luciana Genro (Psol) 
Filha do ex-governador Tarso Genro e sobrinha do ex-prefeito Adelmo Genro, se inseriu na vida política ainda adolescente. Foi professora de inglês até ser eleita deputada estadual na primeira eleição que disputou. Em 2003, deixou o PT para fundar o Psol. Cinco anos depois, ainda como deputada federal, foi candidata à Prefeitura de Porto Alegre, mas perdeu. Em 2014, disputou a Presidência da República, ficando em quarto lugar.  Em 2018, se elegeu deputada estadual. 

Maria do Rosário (PT)
Aos 57 anos, está no 6º mandato consecutivo como deputada federal. Ela nasceu em Veranópolis (RS), mas construiu sua carreira política na capital gaúcha, primeiro no movimento estudantil. Em 1992 e 1996 foi eleita vereadora. Em seguida, chegou à Assembleia Legislativa do estado. No governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi ministra da Secretaria de Direitos Humanos. 

Nadine Anflor (PSDB)
A delegada de carreira se elegeu deputada estadual no Rio Grande do Sul em 2022, na primeira eleição da qual participou. Nascida no município de Getúlio Vargas (RS), ela tem 47 anos e é formada em direito. Entrou para a Polícia Civil em 2004, foi delegada da Mulher e comandou a corporação entre 2019 e 2022. Próxima do governador Eduardo Leite (PSDB), é uma possível candidata a prefeita.

Sebastião Melo (MDB)
O atual prefeito de Porto Alegre tem 62 anos, nasceu em Piracanjuba (GO), mas vive na capital gaúcha desde 1978. Formado em Direito, entrou na política nos anos 2000 ao se eleger vereador pelo MDB, cargo que ocupou por três mandatos. Em 2018, foi eleito deputado estadual, mas renunciou dois anos depois para concorreu à prefeitura, derrotando Manuela D’ávila (PCdoB) no segundo turno. 

Thiago Duarte (União Brasil)
Thiago Duarte tem 51 anos, nasceu em Porto Alegre e é formado em medicina e direito. Chegou à Câmara de Vereadores em 2008 como suplente, e assumiu como titular depois da renúncia de Juliana Brizola, sendo reeleito nas duas disputas seguintes. Em 2018, foi eleito deputado estadual, cargo que ocupa por mais um mandato.

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